Entre 800 propostas inscritas, o Programa Primeiro Emprego (PPE) de Sergipe foi escolhido para servir de exemplo para os milhares de pessoas que passaram pela Cúpula Social das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da Africana.
Selecionado para compartilhar sua experiência bem-sucedida no G20 Social, sediado no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 17 de novembro, Sergipe é o segundo estado brasileiro com maior crescimento do emprego formal do país, segundo os últimos dados oficiais do governo federal.
A presidente do Conselho Nacional de Juventude, Bruna Brelaz, participou da reunião e ressaltou a importância de fortalecer a parceria entre estado, iniciativa privada, instituições de ensino e sociedade civil.
— A empregabilidade da juventude foi uma prioridade para o Conselho Nacional de Juventude. Precisávamos ampliar as oportunidades para os jovens e promover a inclusão produtiva. O modelo adotado em Sergipe, com o Programa Primeiro Emprego, serviu como referência para que outros estados avançassem nessa agenda, criando soluções efetivas para esse desafio — comentou.
Em quase dois anos, já foram disponibilizadas vagas para 1.890 jovens nos municípios de Aracaju, Lagarto, Estância, Carmópolis e Tobias Barreto. A apresentação trouxe dados sobre outra iniciativa do estado que precede e complementa, paralelamente, o PPE. O programa Qualifica Sergipe tem dado apoio a 2.500 participantes, com 159 turmas concluídas e 12 em andamento, em 29 cidades atendidas.
Administrado pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), que também faz parte da agenda, o PPE deve crescer ainda mais. Há previsão de investimento na ordem de R$ 30 milhões oriundos de emendas, valor ainda não totalmente empregado até o momento, mas já negociado junto ao Ministério do Trabalho.
Dentro do programa, a remuneração é realizada por meio de bolsas no valor de R$ 500 para estudantes de nível técnico ou médio; e de R$ 750 para jovens que cursam nível superior. Ao fim da jornada de qualificação, no mínimo 30% deles saem com a oportunidade de conquistar uma carteira assinada.
O secretário do Trabalho Jorge Teles apresentou um panorama do mercado de trabalho dos jovens no Brasil e no mundo, lembrando que a taxa de desemprego entre esse público é de 13% no mundo e 14% no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do 2º trimestre de 2024, a taxa de informalidade caiu de 51,2% no 1º trimestre de 2024 para 49,2% no 2º trimestre de 2024. Essa foi a menor taxa da série histórica para Sergipe.
Marcos Rogério Femia, diretor-geral do GBarbosa e representante da rede supermercadista Cencosud, uma das principais parceiras do PPE na iniciativa privada, destacou a relevância do programa.
— O varejo foi um dos principais setores da economia e uma porta de entrada para muitos profissionais no mercado de trabalho. Especialmente por ser uma rede de origem sergipana, o GBarbosa teve orgulho da parceria com o Programa Primeiro Emprego, que possibilitou que mais jovens adquirissem formação e experiência em uma das maiores empregadoras do estado, tanto nas áreas de operação quanto na administrativa. Foi uma honra colaborar com uma iniciativa de tamanho impacto na inclusão social, educacional e econômica.
Jovens contemplados pela iniciativa também participaram do painel contando sua experiência. Maria Eduarda Barreto, uma das beneficiadas, trouxe seu relato sobre novas esperanças para conquistar a carteira assinada.
— Minha experiência foi maravilhosa, porque nunca tinha tido a oportunidade de entrar no mercado de trabalho, e foi algo incrível — resumiu a estudante.
— Eu sempre tive essa sede de conhecimento, tentando buscar o que poderia oferecer para o mercado de trabalho. Foi aí que apareceu a oportunidade de que eu precisava — relatou André Santos de Oliveira, que está na fase de aulas práticas na rede supermercadista Cencosud.
Maria de Fátima Santos disse que se inscreveu sem grandes expectativas.
— Fui surpreendida pela seriedade do Senac e da Secretaria do Trabalho. O programa trouxe resultados muito positivos para mim, tanto pelo conhecimento teórico que adquiri quanto pela oportunidade de emprego que conquistei. Toda a experiência de observar como uma grande organização do varejo funciona internamente foi extremamente enriquecedora. Além disso, o desenvolvimento pessoal que alcancei ao lidar com tantas pessoas diferentes, desde clientes até colegas de trabalho, foi transformador e me tirou da minha zona de conforto — relatou.
Aislan Oliveira de Carvalho também contou sobre os impactos da iniciativa em sua trajetória.
— O programa foi crucial para meu crescimento. Hoje, me sinto mais preparado para encarar os desafios do mercado de trabalho — concluiu.
Programa Primeiro Emprego em números
- 39 empresas parceiras
- 40 alunos com carteira assinada
- 97% taxa de preenchimento das turmas
- 63 turmas na iminência de iniciar
Foto Igor Matias