Aracaju, 13 de fevereiro de 2025
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“Pão na mesa ou carnaval?”, perguntou a população, em Canindé do São Francisco

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Com exatos um mês e onze dias do novo mandato do prefeito José Machado Barbosa Neto (Machadinho), nenhuma informação oficial foi anunciada sobre quando se dará o pagamento dos salários atrasados do pessoal contratado e efetivos. Nenhuma fala, nenhuma Nota se quer. O silencio na gestão é total.

Na semana passada, Machadinho fez um pronunciamento público anunciando a programação do Carnaval 2025. Aplaudido entre alguns dos seus com alegria, comentários, áudios e comportamentos, mostram que ele acumula rejeição e impopularidade na terra dos cânions. Fechou janeiro em baixa e, com a chegada do mês de fevereiro, mesmo anunciando a festa tradicional, ela – a festa – por si só, não será o bastante para recuperar a queda do mês anterior. “Sem comida na mesa, não existe carnaval feliz!”, manifestaram nas redes sociais, gerando diversos compartilhamentos.

A importância de se manter tradições culturais, a alegria popular e criar mecanismos de atração turística e fortalecimento de propulsores para gerar economia, tem imenso valor na cadeia social. A contradição é quando se deixa de cumprir a obrigação, deixando de pagar o que é essencial para vida – o salário atrasado – desviando para o pagamento de bandas que se apresentarão no carnaval. O que é mais importante, pagar os altos contratos dos artistas, ou àqueles que trabalharam desempenhando suas funções no Município? Dirão como respostas: os dois. Os que são mais sensatos, especialmente às mães, que sentem o maior peso da família, responderão: o salario que coloca pão à mesa. Os apressados olharão essa reflexão como uma crítica e logo cancelarão.

O movimento “Sem comida na mesa, não existe carnaval feliz!”, tem gerado reflexão em toda sociedade e conseguido apoio. A foto que trás a frase, juntamente com duas mãos humildes segurando um prato vazio e a foto de Machadinho logo abaixo foi compartilhando por um número grande de pessoas. Só o whatsapp do site Revista Canindé recebeu esse card quarenta e duas vezes. Junto com ele, vários áudios de indignação e até uma denúncia de ameaça porque uma pessoa compartilhou. A Câmara Municipal ficará omissa na cobrança? Contratados, Educação, Saúde e outros setores aguardam respostas.

Mesmo que a dotação orçamentária para pagar as bandas do carnaval tenha base legal, o ato por si só tem sido qualificado como um grande erro humano de Machadinho, pessoa que trabalhou sua campanha com discursos de confrontamento de injustiças e promessas de um modelo de gestão voltado para o bem estar do povo de Canindé. Não isso que se está sendo observado pela população nesse início.

Em sua viagem à Brasília, com comitiva da gestão, o retorno do prefeito deverá trazer respostas. A Justiça tem sido questionada sobre seu papel, especialmente o MP.

Machadinho comete um dos piores erros que um gestor pode cometer. Salário é vida. Não se tira o pão da mesa, é bíblico. “O que começa errado, não pode terminar certo”.

Por Adeval Marques

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