Aracaju, 10 de fevereiro de 2025
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Campanha contra o Trabalho Escravo conscientiza detentas do Presídio Feminino

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Internas acompanharam apresentação do Teatro de Bonecos Mamulengo de Cheiroso

O alerta contra o trabalho escravo contemporâneo chegou ao Presídio Feminino (Prefem), em Nossa Senhora do Socorro, nesta segunda-feira (10). O Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) e o Instituto Social Ágatha, em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc), levaram a campanha “Trabalho Sim, escravidão não” à unidade prisional.

O grupo de teatro de bonecos sergipano Mamulengo de Cheiroso apresentou a peça “Quem vê cara, não vê coração”. Com uma linguagem simples e abordagem lúdica, o texto é um alerta contra o trabalho escravo contemporâneo, que fez mais de duas mil vítimas só em 2024. A ideia de levar a campanha ao presídio tem um objetivo central. “Muitas vezes, quando essas mulheres ganham a liberdade, encontram as portas fechadas lá fora. O nosso intuito é que, ao saírem do sistema prisional, elas consigam se inserir no mercado de trabalho sem obstáculos e sem propostas enganosas, para que não se tornem vítimas da escravidão contemporânea”, destacou o procurador do Trabalho e coordenador Regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), Adroaldo Bispo.

A apresentação marcou a aula inaugural do período letivo nas unidades prisionais do Estado. Atualmente, mais de 650 internos estão matriculados na Educação Básica. “Com muita alegria, em parceria com o MPT-SE e diversas instituições, abrimos o ano letivo. O Prefem está recebendo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) Fundamental II, onde as internas poderão continuar as atividades educacionais até o 9º ano”, explicou a secretária de Estado da Justiça, Viviane Pessoa.

Próximas apresentações

No dia 21, às 19h, a campanha será apresentada, no Centro de Aracaju, a pessoas em situação de rua e migrantes. Em março, a conscientização contra o trabalho escravo será levada, também, ao Presídio Semiaberto de Areia Branca (PRESAB). “Estamos muito felizes em cumprir esse objetivo da campanha, que é levar a mensagem a cada vez mais espaços e para um público diverso e vulnerável. Quanto mais pessoas souberem, menos serão vítimas”, reforçou a presidente do Instituto Social Ágatha, Talita Verônica.

Texto e Foto: Lays Millena Rocha

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