A Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ emitiu nesta terça-feira, 19, nota de repúdio sobre aquilo que classificou como violência política de gênero contra as candidatas à presidência da OAB/SE, presentes ao debate realizado na Rede Fan de Comunicação na noite desta segunda-feira, 18.
“O que se vê aqui, com exceção do candidato Eduardo Robert, é uma total ausência de propostas”. A fala foi emitida pelo atual presidente da OAB/SE e candidato a reeleição pela chapa 2, Daniel Alves Costa, se referindo a participação das candidatas Ana Lúcia Aguiar (chapa 3) e Clara Machado (Chapa 5) durante debate com presidenciáveis nas eleições deste ano na seccional.
Outra fala que apresentou cunho misógino durante o debate de ontem foi pronunciada pelo candidato da chapa 2, Eduardo Robert, que chegou a declarar que as duas candidatas presentes teriam às suas campanhas encabeçadas por homens que pensavam por elas. Ambas as declarações deixaram nos agrupamentos de apoiadores e apoiadoras das chapas encabeçadas por mulheres neste pleito da OAB/SE um sentimento de indignação.
Diante dos fatos a Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), organização não-governamental de juristas, de âmbito nacional, que desde 1985, contribui para o estudo crítico do Direito e ações direcionadas sob a perspectiva da defesa do Empoderamento das Mulheres de Carreira Jurídica, se manifestou com nota de repúdio, apoiada pela representação sergipana desta mesma associação. A nota segue na íntegra:
Nota de repúdio
Manifestamos nosso mais veemente repúdio a toda forma de violência política de gênero. Tal prática é uma grave violação dos direitos humanos e um ataque direto à democracia e à igualdade de gênero. A violência política de gênero silencia vozes femininas e de pessoas que desafiam as normas de gênero, perpetuando desigualdades históricas e impedindo a construção de uma sociedade mais justa e representativa.
É inadmissível que, em pleno século XXI, mulheres advogadas sergipanas, candidatas a presidência da OAB Sergipe enfrentem discriminação, intimidação e agressões por exercerem seu direito legítimo à participação política. Reiteramos que a diversidade e a inclusão são pilares fundamentais para uma democracia plena e saudável.
Exigimos das autoridades competentes a investigação rigorosa de todas as denúncias de violência política de gênero, bem como a punição exemplar dos responsáveis. Além disso, conclamamos a sociedade a combater a normalização desse tipo de violência e a se engajar na promoção de um ambiente político seguro, inclusivo e igualitário para todas as pessoas.
A ABMCJ Nacional reafirma seu compromisso com os direitos das mulheres, o combate à violência política, de gênero, raça e xenofobia, nos termos do Estatuto, base de criação desta entidade. Seguiremos firmes na luta contra a violência política de gênero e todo tipo de discriminação no sistema OAB.
Fonte ascom ABMCJ