O ex-governador Jackson Barreto (MDB) enviou mensagem à vice-governadora Eliane Aquino (PT), na noite deste domingo (09) expondo “estranheza e indignação” também de sua parte, com matéria publicada sobre uma possível entrevista sua ao jornalista Jozailto Lima, publicada em sua coluna Aparte, no portal jlp0litica, sobre provável conversa que tivera com o ex-presidente Lula da Silva (PT), na quinta-feira (06).
Jackson Barreto diz, em sua mensagem, que não sabe de “onde partiu os termos citados pelo referido jornalista com relação a você (Eliane Aquino), pessoa que sempre respeitei e ao senador Rogério Carvalho”. A estranheza maior de Jackson Barreto é que “não houve nenhuma repercussão dessa entrevista em qualquer órgão de imprensa”.
– Estou surpreso com o jornalista Jozailto Lima porque de mim ele não ouviu uma única palavra sobre o assunto. Tenho responsabilidade e sei muito bem guardar reserva de uma conversa política com um ex-presidente da República a quem sempre demonstrei apoio, respeito e admiração”. Segundo Jackson Barreto os fatos que envolvem Eliane Aquino surgidos na entrevista, “nunca foram citados por mim, pois sempre lhe tratei com muito afeto e carinho”.
– Creio que estou sendo vítima de fake news, e nunca fiz comentários à sua pessoa para criar fatos políticos em favor dos meus interesses e nem iria expor a figura de um ex-presidente da República. Tenho caráter e responsabilidade suficiente para não tornar pública uma conversa privada entre amigos, concluiu Jackson Barreto.
O que disse Eliane – A vice governadora Eliane Aquino (PT), também através de nota via internet, publicou que “foi com um misto de estranheza e indignação que li o relato de Jackson Barreto sobre a conversa telefônica dele com o ex-presidente Lula. Primeiro porque tenho até dificuldade de classificar a atitude de alguém que utiliza o suposto conteúdo de uma conversa privada para construir narrativas e torná-las públicas a partir dos seus interesses”.
Segundo Eliane Aquino, “sem me ater aos detalhes do relato que evidenciam a clara intenção de descredenciar a candidatura própria do PT, o mesmo partido que foi fundamental em sua eleição para o governo de Sergipe, foco no que ele diz sobre mim (Eliane Aquino”. Segundo a vice-governadora, Jackson teria dito que Eliane “não agrega, não organiza, não é orgânica”.
Eliane pergunta: “Não agrego e não agreguei em todas as disputas eleitorais desse agrupamento nos últimos anos, Jackson? Não organizo e não organizei grupos, debates e lutas ao longo desses anos, Jackson? Não sou orgânica e não coloquei meu nome à disposição do agrupamento nos processos de 2016 e 2018 como vice em nome do projeto, Jackson? Fiz isso, além de sempre ter trabalhado com a minha visão de política pública inclusiva e voltada pra quem mais precisa dela nos espaços por onde passei. Ou isso também será questionado em nome da disputa do momento? Ou só vale se atender às suas expectativas políticas?”
E conclui pedindo a Jackson Barreto: “Não precisa me responder. Por favor, não responda. Não há espaço, nem tempo. A indignação é infinitamente maior que a estranheza, e já entendi que o que vale são os interesses que guiam as narrativas de cada contexto, sobretudo se ele for eleitoral. Sigamos! Os cães ladram, a caravana passa”. A última frase de Eliane foi um velho chavão do cronista social Ibrahim Sued.
Portal nega Fake – E matéria publicada há pouco, por volta das 23 horas deste domingo, o portal jlpolitica diz o seguinte: “O ex-prefeito de Aracaju e ex-governador Jackson Barreto, MDB, não foi alvo de fake news desta Coluna Aparte na nota “Lula pede apoio de Jackson para Marcio Macedo, son nega e diz que vai de Edvaldo”, mas Jackson nega e diz que vai de Edvaldo”, publicada aqui, na qual é narrada com fidelidade trechos do diálogo mantido entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, em telefonema que o petista lhe dera na noite da última quarta-feira, 5 de agosto.
O conteúdo da nota gerou desconforto em figuras do PT, como seguidores da vice-governador Eliane Aquino e do senador Rogério Carvalho, que foram alvos de referências críticas de JB a Lula. Mas Jackson Barreto não foi vítima de fake news de maneira alguma. E não o foi por dois aspectos bem específicos.
O primeiro deles: porque tudo que a nota narra aconteceu exatamente como foi revelado. E segundo: simplesmente pelo fato de que esta Coluna e o jornalista responsável por ela não praticam este tipo de crime com os fatos, com suas fontes e muito menos com seus leitores.
De modo que tudo que foi passado através da nota “Lula pede apoio de Jackson para Marcio Macedo, mas Jackson nega e diz que vai de Edvaldo” é rigorosamente verdadeiro. Está ali como de fato se deu. Mas na noite deste domingo, 9, Jackson Barreto distribuiu uma nota pública sobre a narrativa da sua conversa com Lula e isso fez a festa de alguns portais de notícia de Sergipe.
“Creio que estou sendo vítima de fake. Estou surpreso com o jornalista Jozailto Lima, porque de mim ele não ouviu uma palavra sobre o assunto”, dizia um trecho da nota de JB. O exercício do bom jornalismo político deixa claro que o fato de “não ter ouvido” de JB uma só “palavra sobre o assunto” do encontro telefônico com Lula não torna inverídico, falso ou desencontrado o que fora noticiado.
Em nenhum momento a Coluna Aparte, que tem uma ótima interlocução com Jackson, afirma na sua edição da sexta que ouviu literalmente dele o conteúdo que está na nota. Toda a fala de Jackson foi recontada por fontes – no plural – a quem ele fez a narrativa completa do que dissera a Lula sobre a cena local entre petistas e a candidatura de Edvaldo Nogueira.
Em nenhum parágrafo da nota – alguns desavisados não viram porque não quiserem – há qualquer referência a que Jackson tivesse dito algo diretamente à Coluna Aparte, muito menos lhe fora atribuído exclusividade de fala e informe.
Veja esta narrativa: “Diplomático, mas direto e incisivo, Jackson teria lhe negado mais ou menos com esta linguagem: “Meu presidente, você sabe que você continua sendo o meu líder neste país. Em 2022, eu estarei com você, em seu palanque pessoal, no projeto que você capitanear. Agora, eu não posso ir para a candidatura de Marcio Macedo”.
Outro trecho da nota de sexta-feira deixa clara a natureza da narrativa do telefonema Lula-JB por uma terceira pessoa. “Segundo uma preciosa fonte desta Coluna, Jackson Barreto teria aproveitado a situação e passado a Lula uma outra fotografia nada colorida do senador Rogério Carvalho, PT, que é um dos maiores fomentadores da pré-candidatura de Marcio Macedo a prefeito”.
Ora, esta linguagem e este formato são da natureza do jornalismo político. Jackson está certo quando informa em sua nota deste domingo que não deu “nenhuma entrevista ao jornalista Jozailto Lima”. Mas isso não caracteriza que o que jornalista Jozailto Lima publicou lhe tenha sido um fake news. Uma notícia falsa. Isso nem cabe em discussão.
A nota “Lula pede apoio de Jackson para Marcio Macedo, mas Jackson nega e diz que vai de Edvaldo” foi postada às 21h51 da sexta, 7, aqui neste espaço. Ela produziu, já na noite das sexta, uma repercussão muito grande, com petistas trocando cotoveladas e se esperneando. Jackson só veio se manifestar sobre ela às 17h05 do sábado, quase 24 horas depois, e mesmo assim não para negá-la.
“Não precisava, amigo, comentários com Eliane a quem sempre respeitei, e ao senador Rogério. Pode parecer problema pessoal. Falei a xxx de forma reservada, (…) para suas avaliações pessoais. Fiquei surpreso com sua matéria, pois não desejava dar publicidade. Assunto particular com o nosso presidente Lula”, dizia uma mensagem de zap remetida por JB ao titular destaColuna. Ok: compreensivo o desconforto de JB, que tem se assumido mais para bombeiro do que para incendiário.
E a Coluna Aparte troca por xxx a citação do nome da pessoa a quem Jackson Barreto cita por princípio de respeito universal ao off e pelo fato de que a nota “Lula pede apoio de Jackson para Marcio Macedo, mas Jackson nega e diz que vai de Edvaldo” fora feita com uma contribuição plural, com algumas fontes informando.
Feito isso, a Coluna Aparte deixa bem claro que o seu espaço está aberto para que as figuras citadas na análise, como Lula, Marcio Macedo, Eliane Aquino e Rogério Carvalho, possam passar seus pontos de vista. Até o fechamento dessa nota que esclarece o lado de JB, nenhum dos quarto se manifestou. Aí é problema pessoal de cada um”.