As mulheres enfrentam dificuldades múltiplas quando o assunto é ingressar no conhecimento científico. As áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) têm na maioria dos países, independentemente do seu nível de desenvolvimento, desigualdade de gênero.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) divulgou este ano que a média global de pesquisadoras é de apenas 33,3%. Já entre os estudantes de STEM, somente 35% são mulheres.
Além disso, até hoje, apenas 22 mulheres receberam um Prêmio Nobel em disciplinas científicas. Com o objetivo de mudar esta realidade, a Agenda 2030 inclui o compromisso de “não deixar ninguém para trás” para lançar luz sobre as desigualdades interligadas, por meio de coleta e análise de dados desagregados por sexo, idade, renda, deficiência, etnia e outros fatores relevantes.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) estão com inscrições abertas, até 6 de janeiro de 2025, para disputa do Prêmio Mulheres e Ciência. Serão homenageadas seis pesquisadoras de cada uma das três grandes áreas do conhecimento (Ciências da Vida, Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, e Ciências Sociais, Letras e Artes) em duas categorias: Estímulo, para pesquisadoras com até 45 anos; e Trajetória, para cientistas a partir dos 46 anos.
Haverá ainda a categoria Mérito Institucional, que visa agraciar três instituições de ensino superior ou institutos de pesquisa com ações voltadas para a igualdade de gênero. Além da certificação, as mulheres e instituições premiadas ainda receberão premiações em dinheiro, sendo R$ 20 mil para cada ganhadora da categoria “Estímulo”, R$ 40 mil para cada ganhadora da categoria “Trajetória” e R$ 50 mil para cada instituição ganhadora.
A Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira, 3, a cerimônia de entrega do prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger 2024. Em sua terceira edição, a premiação é concedida anualmente a três cientistas que se destacam por suas contribuições para a pesquisa científica nas áreas de ciências exatas, ciências naturais e ciências humanas.
As escolhidas deste ano foram Ethel Leonor Noia Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Lair Guerra Macedo Rodrigues (In memoriam), falecida em 2024, renomada biomédica e pioneira na luta contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e a Aids no Brasil, e Nara Martini Bigolin, cientista da computação, filósofa, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pioneira na luta pela igualdade de gênero das meninas em olimpíadas de conhecimento na área de Exatas e responsável pela incorporação da Ciência da Computação no currículo de educação básica pública no Brasil.
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Por Wênia Bandeira