Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados deflagraram greve a partir das 0h desta quinta-feira, dia 8 de agosto
Trabalhadores dos Correios em Sergipe decidiram ontem à noite, em assembleia geral, pela continuidade do estado permanente de greve até a próxima assembleia geral convocada para o próximo dia 15 de agosto.
Enquanto isso, as negociações da campanha salarial dos trabalhadores dos Correios continuam em Brasília. Além disso, desde a 0h desta quinta-feira, dia 8 de agosto, teve início a greve dos Correios em São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados que com certeza irão impactar na distribuição dos Correios.
O secretário geral do SINTECT/SE, Jean Marcel Guimarães, explicou que a decisão tomada pelos trabalhadores dos Correios em Sergipe segue a recomendação da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios. “Precisamos fazer pressão na mobilização dos próximos dias. Nossa campanha salarial não é só por reajuste e valorização, mas também por concurso público, condições de trabalho e pela volta do Plano de Saúde”, declarou.
Jean Marcel contou que a proposta apresentada pela empresa nem chegou nem a ser avaliada porque fere a data base dos trabalhadores que é agosto e a empresa ofereceu 6% de reajuste a ser pago a partir de janeiro de 2025. Além da perda de 6 meses de reajuste, Marcel avaliou que a proposta não foi vantajosa por não propor nenhum avanço no Acordo Coletivo da Categoria.
Jean Marcel Guimarães explicou que a assembleia possibilitou um bom debate em Sergipe. “Para nós, é preciso de negociação para ter um acordo. Levar a decisão ao TST não é o melhor caminho. Decidimos dar a oportunidade de continuarmos a negociação por mais 7 dias atendendo a um pedido dos Correios. Caso a nossa pauta não seja atendida, já temos uma assembleia convocada para dia 15 de agosto e vamos deflagrar uma grande greve nacional a partir da 0h do dia 16 de agosto”, explicou.
Contra a Precarização dos Correios
Em entrevista concedida ao programa de rádio Jornal da Rio, o dirigente do SINTECT, Jean Marcel Guimarães, que também é diretor de Cultura da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), falou sobre a precarização dos Correios.
“Aqui em Sergipe estamos sofrendo muito com agências fechadas, funcionários que precisam trabalhar em 3 municípios. Vemos municípios que não estão sendo atendidos. Faltam funcionários, há muita sobrecarga de trabalho e os trabalhadores estão adoecidos. São péssimas as condições de trabalho e as instalações nas unidades dos Correios. Além do nosso salário que está super defasado”, acrescentou Jean Marcel.
Sobre a luta por concurso público, Jean Marcel apontou que desde 2011 não há concurso público. “Aqui em Sergipe já tivemos mais de 1.200 funcionários, hoje temos pouco mais de 700 funcionários e a demanda aumentou muito. Os Correios precisam contratar mais gente para recuperar a qualidade dos serviços. Estamos com o trabalho precarizado, que é ruim para a população e ainda pior para os trabalhadores”.
A CUT/SE manifesta apoio à luta justa dos trabalhadores dos Correios por concurso público, pela conquista dos direitos perdidos no governo Bolsonaro, por reajuste e valorização dos trabalhadores, por concurso público, condições de trabalho e pela volta do Plano de Saúde.
Foto assessoria
Por: Iracema Corso