Na sessão plenária desta terça-feira, 12, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a deputada estadual Linda Brasil (Psol) usou o Grande Expediente para reforçar seu apoio à PEC que propõe o fim da escala de trabalho 6×1, atualmente em discussão no Congresso Nacional, e também para cobrar aos demais parlamentares que se somem à mobilização e também cobrem aos deputados que ainda assinaram o texto para que a PEC seja protocolada na Câmara de Deputados. A proposta, de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol/SP), visa a redução da jornada máxima de trabalho para 36 horas semanais, distribuídas em quatro dias, buscando garantir melhores condições de vida para a classe trabalhadora.
Em seu discurso, Linda Brasil destacou a urgência da aprovação da emenda, que, segundo ela, é fundamental para que os trabalhadores tenham acesso a direitos essenciais como saúde, lazer e tempo para convívio familiar. “Essa PEC representa muito mais que um ajuste nas horas de trabalho; é um passo em direção ao respeito pela dignidade, pelo bem-estar e pela qualidade de vida da classe trabalhadora. Vivemos em um país onde milhões de trabalhadores sacrificam seus finais de semana, suas noites, seus momentos com a família e até mesmo a própria saúde para garantir o sustento. Até quando vamos permitir que o suor do nosso povo seja explorado sem limites? Até quando vamos fechar os olhos para o cansaço crônico, para as enfermidades físicas e emocionais, para a falta de tempo para viver plenamente?”, questionou a deputada.
Linda Brasil também ressaltou o impacto negativo das jornadas exaustivas, principalmente para trabalhadores do comércio, como aqueles que atuam em lojas de shoppings, obrigados a trabalhar aos domingos e tendo apenas um dia de folga na semana – frequentemente definido pelo empregador e não pelo próprio trabalhador. “As pessoas não têm seu domingo respeitado. Muitas vezes, enfrentam duas ou três horas de transporte público e chegam esgotadas em casa. Que tempo de qualidade essa pessoa poderá dedicar à sua família e a si mesma?”, questionou.
A deputada registrou que o texto da PEC é baseado em pesquisas e também em legislações de outros países que mostram os efeitos positivos tanto para o trabalhador, como também no desempenho nas funções do trabalho. “O lazer não é luxo, é um direito. A saúde não é negociável, é fundamental. O descanso não é um favor, é uma necessidade. Essa PEC traz a esperança de dias mais leves, com horários que permitam aos trabalhadores respirar, cuidar de si e estar com quem ama. Ela nos aproxima de um ideal de trabalho humanizado, onde produtividade e bem-estar caminhem juntos. É por isso que continuarei lutando e clamo aos meus colegas para que se juntem a mim nesta luta urgente e necessária”, enfatizou.
Linda aproveitou para parabenizar a colega de partido a deputada federal Erika Hilton pela atuação na Câmara dos Deputados em defesa da classe trabalhadora, principalmente, pela criação da PEC. “É muito lindo ver esse debate ser protagonizado por uma deputada negra e trans, que orgulho da companheira Erika, que tem sido uma verdadeira defensora do povo brasileiro, sobretudo da população de mais precisa, do povo negro, das mulheres, dos jovens periféricos, das comunidade tradicionais, da população pobre, daquelas e daqueles que são invisíveis aos olhos de quem está no poder, do capital, do empresariado. Parabéns, deputada Erika!”.
Paralisação do Magistério
Além de defender o fim da escala 6×1, Linda Brasil aproveitou a oportunidade para registrar sua participação no ato promovido pelo Magistério na manhã de hoje, no centro de Aracaju, contra a postura política do governador que humilha, persegue, desrespeita e desvaloriza as professoras e professores sergipanos. “Eu me somo à luta das professoras e professores, porque este governador não foi eleito para governar apenas para os seus interesses. O governador Mitidieri precisa governar para os professores também, e parar de atacar uma classe essencial para o desenvolvimento do nosso estado. Estive no ato esta manhã e assinei uma nota em solidariedade à categoria, que tem sido constantemente desrespeitada por quem deveria protegê-la: o governador do Estado. Estou ao lado do magistério nesta luta”, disse a parlamentar.
Foto: Ascom
Por Marcela Prado