Aracaju, 24 de novembro de 2024
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COLETIVO MULHERES DA CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES DE SERGIPE PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

21 dias de ativismo feminista

Os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres tiveram início na quarta-feira dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Nesta data importante para o movimento negro, os movimentos sociais e o movimento sindical, o Coletivo de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores levantam a bandeira de luta pelo fim da violência contra a mulher negra.

A realidade da mulher negra no Brasil é marcada por desigualdades e obstáculos que resultam das consequências do machismo e do racismo.

A taxa de informalidade entre mulheres negras é alta, sendo superior à média nacional. Em 2022, 13,9% das mulheres negras estavam desocupadas. A remuneração das mulheres negras é menor do que a dos homens e mulheres brancas e do que os homens negros.

As mulheres negras têm baixa representatividade política; estão expostas a mais riscos à saúde, têm pior acesso à saúde; são as mais prejudicadas em relação a saneamento e condições estruturais.

A mulher negra é o principal alvo da violência doméstica e do feminicídio e, desta forma, demanda políticas públicas especiais para vencer este histórico de violências que permeiam suas vidas.

Aumento da Denúncia de Violência contra a mulher em Sergipe

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, em Sergipe, houve um aumento de 19,6% nos casos de violência contra a mulher em 2024. Até julho de 2024, foram 712 denúncias em Sergipe através do Disque 180 para a Central de Atendimento à Mulher.

Dos 712 casos de violência contra as mulheres de Sergipe, 424 denúncias foram apresentadas pela própria vítima enquanto 288 denúncias foram apresentadas por terceiros; 318 foram violências praticadas na própria casa da vítima; e 253 casos de violência foram praticados por companheiros, esposos ou ex-companheiros das vítimas.

Em 487 casos de violência foram praticados contra mulheres pretas ou pardas e as principais vítimas são mulheres com idades entre 35 e 39 anos.

Recorte Social

As mulheres submetidas a diversas formas de violência constante não vivem, mas apenas sobrevivem em estado de medo, pressão psicológica, tensão permanente na angústia de mais uma nova agressão, sob o risco da morte que vai resultar em estatística de Feminicídio.

De acordo com o Instituto de Pesquisa DataSenado (2021), 30% das mulheres brasileiras já foram vítimas de algum tipo de violência praticada por homens.

A pesquisa também revelou que mulheres pobres são as principais vítimas apontando que 72% das mulheres violentadas não possuem renda ou recebem até 2 salários mínimos, enquanto apenas 28% das mulheres violentadas têm renda mensal de 2 a 6 salários mínimos.

A sociedade brasileira precisa mudar essa história. É dever de todos esclarecer, denunciar no disque 180 e assim permitir que estas mulheres violentadas voltem a viver.

A diretora da Secretaria da Mulher da CUT, Adenilde Dantas, explicou que o Coletivo de Mulheres da CUT já está distribuindo informações importantes para revelar todas as faces da violência praticada contra a mulher com o intuito de estimular a denúncia, fortalecer a mobilização e o combate à violência contra a mulher.

“O machismo é cultural e é o que alimenta todos os tipos de violência praticados contra a mulher. Pretendemos levar informação para combater o preconceito e desta forma fortalecer esta luta pelo fim da violência contra a mulher”, declarou Adenilde Dantas.

Por: Iracema Corso – Com informações do Instituto Ethos, IREE, UESB, Fundo Brasil, UFSC e Fiocruz.

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