Com 25 anos prestando serviço de assistência e de defesa dos direitos das pessoas com deficiência visual, a Associação dos Deficientes Visuais de Sergipe (Adevise) comemorou a data com sessão solene na Assembleia Legislativa de Sergipe, nesta segunda-feira, dia 16.
A iniciativa contou com o apoio do deputado estadual Paulo Júnior (PV), parceiro da Instituição, e autor de lei estadual que beneficia os deficientes visuais por meio da emissão gratuita de certidões de nascimento, casamento e óbito em braille (sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão). A Lei de número 9411/2023 já foi sancionada.
“Esse evento de hoje é alusivo ao dia do deficiemte visual e celebra os 25 anos da Adevise, uma associação que presta serviço de utilidade pública para a sociedade com a defesa e garantia de direitos, acolhimento e também oferece curso de braille. Sobre a lei de minha autoria, considero uma conquista porque busca a inclusão das pessoas com baixa visão e com deficiência visual por meio de documentos com a linguagem adequada. É uma forma de integração dessas pessoas. Outros estados já possuem legislação, a exemplo de São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo. Vamos levar a Lei pessoalmente à Associação de Deficientes Visuais de Sergipe, é uma conquista importante”, afirmou o deputado Paulo Júnior.
Dados
De acordo com dados o Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,5 milhões de pessoas em todo o País apresentam deficiência visual severa, sendo que 506 mil têm perda total da visão (0,3% da população) e 6 milhões, grande dificuldade para enxergar (3,2%).
Adriano da Rocha, presidente da Associação, falou sobre o evento. “ Cada vez mais, a Adevise tenta evoluir. Temos ofertado cursos e atividades esportivas, culturais, além de psicólogo, oftalmo, programa de rádio na Jubileu FM, assessoria jurídica. Este espaço é importante para dar voz a nossas necessidades”.
O advogado Robson de Santana Guidice abriu a mesa destacando a necessidade de debate sobre inclusão e sobre capital social de pessoas com deficiência.
“Raramente o cego é chamado para ser protagonista. Tudo que o cego tem a oferecer é seu depoimento de vida, o que diminui seu capital produtivo. Quantos cegos conhecemos em posições relevantes. Existe um abismo entre o direito e a aplicação desse direito”, declarou.
O ex-vereador e jornalista Lucas Aribé cobrou um plano estadual de políticas para pessoas com deficiência. “Precisamos de um plano com orçamento e metas definidas. Até quando iremos participar de eventos e não teremos representatividade? Parabenizo os deputados aqui presentes e sugiro que a Assembleia forme uma frente pela inclusão”.
Presenças
O evento contou com a presença da deputada estadual Linda Brasil, apresentação do Coral 3ª Visão da Adevise e falas do ex-vereador Lucas Aribé, do advogado Robson de Santana Guidice, de um dos fundadores da Associação Osvaldo Mascarenhas de Andrade Filho e do professor
Evanilson Vieira da Silva.
Texto e foto assessoria