Aracaju, 26 de setembro de 2024
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Antônio Cruz relembra no Projeto Quintas Negras os 50 anos como artista

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Foi realizado na manhã desta quinta-feira (26), no auditório da Escola do Legislativo João de Seixas Dória, mais uma edição Projeto Quintas Negras, com a palestra do escultor sergipano Antônio Cruz. Autodidata, ele desenha e pinta desde criança; participou de várias exposições coletivas e fez diversas individuais. Na ocasião, ele falou para um público formado por estudantes e professores do Centro de Excelência D.Luciano José Cabral Duarte, artistas, músicos, representantes do movimento negro e servidores da Elese.

Telma Pimentel, diretora da Elese

Cruz, como é conhecido, fez um passeio pela cultura, caminhos percorridos e pela movimentação nos movimentos da arte dos últimos anos em Sergipe. Segundo a diretora da Escola do legislativo, Telma Pimentel, o Projeto Quintas Negras acontece uma vez ao mês, sempre às quintas-feiras, como o próprio nome diz.

“É um projeto que visa trazer personalidades, pessoas negras, para que através de palestras, depoimentos e de um bate-papo, mostre aos jovens, geralmente estudantes do ensino médio, que mesmo que ao longo de sua trajetória de vida, de sua trajetória profissional, eles encontrem dificuldades para atingir os objetivos e os sonhos, que consigam perseverar, lutar e chegar onde desejam; independente de atitudes de discriminação e de injustiça que eles possam vir a sentir”, observa.

Telma Pimentel detsacou que a Elese tem buscado trazer para o Quintas Negras, personalidades que têm uma história e deixe claro essas situações. “Hoje a gente está com o artista Cruz, comemorando 50 anos de sua trajetória profissional; um artista renomado tanto em Sergipe, como fora do estado; premiado e que já realizou várias exposições. Isso nos honra essa vinda dele até aqui para mostrar a esses jovens, o seu espelho, para que no momento que venham a passar por alguma dificuldade, lembrem dessas palestras tenham força e estímulo para continuar. É essa a ideia do Quintas Negras”, explica.

Antônio Cruz relembra trajetória

Segundo Antônio Cruz, o projeto desenvolvido pela Elese é de grande importância para a formação de público. “As pessoas não conhecem as obras e conhecem muito pouco os artistas. O artista visual, o artista plástico, está mais próximo do escritor. O livro as pessoas conhecem e conhecem e pouco conhecem os artistas, salvo quando acontece uma biografia. Esse momento aqui é quase um momento biográfico em que as pessoas terminam me conhecendo”, enfatiza Cruz.

A professora de Arte do Centro de Excelência D. Luciano, Willma da Cruz Souza, destacou ser muito importante entender a formação cultural. “O Projeto Quintas Negras traz esse repertório para os alunos poderem embarcar, conhecer os artistas sergipanos e um pouco da história desses artistas; como hoje a gente está tendo a oportunidade com a palestra de Antônio Cruz; assim como a presença de Severo D’Acelino, uma representatividade negra e forte aqui no estado, que traz toda essa questão da luta negra, da vivência e da historicidade também”, ressalta.

A estudante Louise Kaiane de Oliveira Santos ressaltou a importância do Quintas Negras realizado mensalmente no auditório da Elese. “É maneira de fazer com que a arte continue viva e são coisas assim que fazem com a nossa cultura prossiga em outras gerações. Eu acho muito interessante a escola participar desse tipo de projeto porque não só ajuda os alunos a entender um pouquinho mais do lugar onde mora, como também é conhecimento e conhecimento nunca é demais”, entende.

Sobre o artista

Professora Willma Souza

Antônio da Cruz nasceu na cidade sergipana de Maruim e desde criança já demonstrava aptidão à atividade artística através da reprodução em desenho. Sua primeira exposição de grande repercussão ocorreu em 1974, na Galeria de Arte Álvaro Santos, na Praça Olímpio Campos, em Aracaju.

Tem uma grande experiência profissional e um respeitado currículo em que se destacam a direção e presidência da Associação Sergipana dos Artistas Plásticos e de Artes Visuais – ASAP (1996 a 2001); a direção da Galeria de Arte Álvaro Santos (maio/2001 a fevereiro/2005); a coordenação de difusão e intercâmbio cultural da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes – Funcaju (maio/2001 a fevereiro/2005) e a criação e coordenação do Fórum Permanente de Artes Visuais de Sergipe. Entre exposições coletivas e festivais de arte, o maruinense Antônio da Cruz foi destaque em Vitória da Conquista (BA), São Cristóvão (SE), Laranjeiras (SE) e Propriá (SE).

Participou da 2a edição do Afro- Americano de Salvador (BA) e da exposição em parceria com Hortência Barreto, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

A obra do artista maruinense é encontrada no Museu da Gente Sergipana; no Museu-Palácio Olímpio Campos; na Sociedade Semear; no Hospital Nestor Piva; no Sindicato dos Petroleiros; na Universidade Tiradentes – Unit; na Galeria de Arte Álvaro Santos; na Pinacoteca da Universidade Federal de Sergipe – UFS; no Serviço Social do Comércio – Sesc; na Procuradoria Geral do Estado de Sergipe – PGE/SE; no Yázigi; no Museu da Câmara Federal e no Museu de Vitória da Conquista.

Louise Kaiane, aluno do D. Luciano

Explora na sua arte, a liberdade de expressão através do seu trabalho contemporâneo, que explora a técnica no manejo do alumínio, do cobre e do aço em esculturas surreais.

O Quintas Negras é um projeto aberto ao público e gratuito e promove destaque à personalidades negras dos mais diferentes segmentos da sociedade sergipana com os mais diversos temas.

Foto: Joel Luiz/Alese

Por Aldaci de Souza

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