A defesa da médica e cirurgiã plástica, Daniele Barreto divulgou uma carta nesta quinta-feira (21), onde ela relata ter sido vítima de violência física e sexual, além de contextualizar situações relacionadas ao crime.
O teor da carta escrita à mão foi divulgado com exclusividade, pelo jornal O Globo, em uma reportagem de Ulisses Campbell.
No texto, a mulher diz que, além de apanhar do marido, ele a estuprava e filmava os abusos. Daniele disse ainda que as agressões aconteciam na presença do filho do casal e pioraram após ela dizer que iria denunciá-lo, e que ela não procurou o Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV) por medo. “[sic.].Eu passei a dizer que ia fazer exame de corpo delito. Foi a partir desse momento, que as agressões passaram a ser puxando fortemente os cabelos, arrancá-los, porque isso não apareceria no exame IML”, diz um trecho da carta.
Ainda em parte do texto da carta, a médica afirma também que o marido costumava gravar vídeos com câmeras escondidas, incluindo estupros praticados contra ela. “Peguei na galeria de fotos do celular cenas de estupro com sexo oral na minha boca. Fotos e vídeos de ejaculação no meu rosto e seios”, relatou a médica.
Ela também diz que Lael já agrediu o sogro, pai dela, de 85 anos, e que fez empréstimos bancários no nome da sogra. A médica ainda alega envolvimento do advogado com a compra e vendas de armas de forma ilegal.
Na carta, Daniele narra ainda que uma advogada e amiga dela chegou a fazer um pedido de acordo com separação de corpos, guarda compartilhada e de bens. “Eu assinei e ele se opôs”.
Daniele também questionou a acusação de ter encomendado a morte do marido, afirmando que estava planejando uma viagem com Lael, o filho e amigos do casal. “Como eu planejaria matá-lo? Eu comprei em agosto ou setembro uma viagem para Dubai: eu, ele, Gabriel, Tenisson e Mateus (amigos)”, afirmou.
Entenda o caso – A SSP informou que o advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Junior foi morto no dia 18 de outubro em uma ação planejada pela esposa, a médica Daniele Barreto, e por uma amiga dela. A motivação seria desconfianças sobre uma relação da esposa com pessoas próximas a ela, além de supostas questões relacionadas a valores financeiros em torno de um possível divórcio. A vítima foi morta após sair para comprar um açaí, pedido feito pela própria esposa. Na ocasião, o filho dele também foi baleado e sobreviveu.
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