Aracaju, 12 de fevereiro de 2025
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IML contabiliza mais de 9,8 mil exames para atestar crimes sexuais, lesões corporais e mortes violentas

IML FACHADA (1)

Para identificar lesões corporais, atestar crimes sexuais ou esclarecer causas de mortes violentas, o Instituto Médico Legal (IML) realizou, em 2024, mais de 9,8 mil exames periciais, dos quais mais de 80% foram realizados em pessoas vivas, desmistificando a crença de que a instituição é um local destinado exclusivamente a técnicas e procedimentos cadavéricos em crimes violentos como homicídios e latrocínios. Ainda em 2024, o IML completou o terceiro ano operando na nova sede, em Nossa Senhora do Socorro, o que humanizou o atendimento às pessoas que necessitam comparecer à instituição para passar por exames, acompanhar vítimas de crimes ou fazer a liberação dos corpos de entes queridos que foram encaminhados ao Instituto.

Dos mais de 7,8 mil exames feitos pelo IML em pessoas vivas durante o ano passado, 650 foram realizados para atestar e comprovar a ocorrência de crimes sexuais. Esses exames são feitos tanto no próprio Instituto Médico Legal quanto no Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil de Sergipe (Crai), localizado na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. “Esses exames realizados no IML e no Crai, onde damos preferência às crianças e adolescentes, são para verificar casos de estupro e de atos libidinosos, sendo realizados 350 exames”, especificou o diretor do IML, Ronmel Lisboa.

Quanto às análises relativas à constatação de lesões corporais, foram realizados mais de 1,6 mil exames. Ronmel Lisboa explicou que os procedimentos abrangem diversos tipos de ferimentos nas vítimas encaminhadas ao Instituto. “Desde lesões simples, como escoriações, até casos envolvendo tentativas de homicídio, com lesões mais graves”, contextualizou Ronmel Lisboa.

Ainda no contexto das análises periciais em pessoas vivas, o IML realizou mais de 5,4 mil exames em custodiados – pessoas presas e sob a custódia do Estado de Sergipe – durante todo o ano de 2024.

No decorrer de 2024, o IML também contabilizou a realização de cerca de dois mil exames cadavéricos. “Desses exames em corpos encaminhados ou recolhidos pelo IML, 80% foram realizados em homens”, especificou o diretor do Instituto Médico Legal, Ronmel Lisboa, acrescentando que passaram por exames periciais pouco mais de 1,6 mil corpos masculinos e cerca de 330 corpos femininos.

Ronmel Lisboa atribuiu a produtividade do IML em 2024 aos investimentos feitos pelo Governo do Estado e pela SSP na nova sede, além da convocação de novos servidores para a Polícia Científica. “Ao terminar o curso de formação em novembro, já em dezembro, passamos a contar com mais servidores atuando no nosso Instituto, praticamente triplicando a nossa capacidade e potencializando a liberação mais rápida dos laudos”, enfatizou o diretor do IML.

Sala Lilás

Com o intuito de humanizar ainda mais o atendimento às vítimas de violência doméstica, por motivo de gênero ou sexual, o IML está reformando o prédio destinado às pessoas vivas para melhorar as ações desenvolvidas pelas equipes da Sala Lilás. O local contará com entrada exclusiva e será interligado a um consultório médico, visando evitar a exposição da vítima. “Nessa sala, atenderemos mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência, que são encaminhadas ao Instituto Médico Legal. Nosso objetivo é proporcionar um melhor acolhimento, de forma a reduzir o trauma sofrido pela vítima, o que também diminui a revitimização”, ressaltou o diretor do IML.

Avaliação dos Resultados

Diante dos resultados, o diretor avaliou o ano de 2024 como satisfatório e como um ponto de partida para aumentar ainda mais a produtividade do IML. “O ano de 2024 foi, de fato, um ano de transformação, pois tivemos profissionais dedicados a atuar diariamente em suas respectivas atividades, mesmo diante de um efetivo que até então era reduzido. Com o concurso da Polícia Científica, com mais 19 médicos, três odontolegistas e agentes técnicos de necropsia, a perspectiva para 2025 é termos laudos de melhor qualidade e emitidos de forma mais rápida, resultando em provas técnicas mais robustas para o Poder Judiciário”, finalizou Ronmel Lisboa.

Texto e foto SSP

 

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