Atendimento psicossocial será realizado na próxima semana
Nos sinais, calçadas, nas praças. Basta olhar ao redor para enxergar a vulnerabilidade das pessoas que vivem nas ruas. Mudar essa realidade passa por um intenso processo de transformação social, com oferta de oportunidades de trabalho e capacitação.
Pensando nisso, nesta terça-feira (19), o Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), o Instituto Social Ágatha, a Associação Bom Pastor, o Projeto Cirineus e Banho para Todos, a Pastoral do Povo da Rua e a Cáritas Arquidiocesana se reuniram na sede do MPT-SE para alinhar ações com foco nessa população. “O papel do MPT-SE é articular todas essas instituições que já desenvolvem o trabalho em prol dos migrantes e da população de rua. A partir delas, vamos apresentar projetos, junto com o poder público, para assegurar serviços essenciais e, a partir daí, efetivamente tirar essas pessoas da condição de vulnerabilidade”, explicou o procurador do Trabalho Adroaldo Bispo.
No mês passado, as instituições se uniram para ouvir as pessoas em situação de rua e migrantes, em encontros que aconteceram no auditório do MPT-SE. Desde então, foi possível compreender melhor as demandas, principalmente em relação à capacitação profissional. “Aqueles dois encontros foram como um despertar para a sociedade. Tivemos um diálogo muito produtivo e que abriu portas. Estamos falando de uma parcela da população que não tem visibilidade e agora, com o apoio do MPT-SE e das demais instituições, estamos unindo forças”, destacou a coordenadora do Projeto Cirineus e Banho para Todos, Evânia Andrade.
A iniciativa acontece em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), com a disponibilidade de capacitação e oportunidades de trabalho. O objetivo é que as pessoas em situação de rua e migrantes participem de cursos e se preparem para o mercado de trabalho. “Para nós, essa parceria sempre foi esperada, porque acompanhamos essas pessoas há tanto tempo e nunca víamos uma solução, não só para o emprego, mas também para capacitação, alfabetização. A partir de agora, temos boas perspectivas e isso nos deixa muito felizes”, disse a assistente social da Associação Bom Pastor, Rosivânia Ramos.
Também participaram da reunião o vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana de Aracaju, Paulo Evangelista, e o coordenador da Pastoral do Povo da Rua, Marcos Corrêa. “Agora, é a fase da ação. Depois de ouvir as demandas, agora vamos juntar esse público e propor uma retomada de vida e dignidade. A união entre as instituições fortalece a nossa rede, com um olhar humanizado”, pontuou Marcos Corrêa.
No próximo dia 27, será realizado um atendimento psicossocial com as pessoas em situação de rua e migrantes, com o apoio do Instituto Social Ágatha. “Essa iniciativa reforça o poder da transformação, do impacto social, da mudança que a gente quer ver no mundo. Isso é possível através da união de esforços da sociedade civil e poder público. Acredito que vamos viver um novo momento, com acolhimento das pessoas em situação de rua e migrantes, que poderão reescrever a sua história”, finalizou a presidente do Instituto Social Ágatha, Talita Verônica.
Texto e foto: Lays Millena Rocha