Aracaju, 23 de janeiro de 2025
Search

Emsurb trabalha para reestruturar mercados municipais da capital

phpThumb_generated_thumbnail

Os mercados municipais têm um papel essencial na economia local, funcionando como pontos de encontro entre comerciantes e consumidores. Contudo, nos últimos anos, esses espaços vêm enfrentando um preocupante cenário de abandono e negligência. Entre as principais questões estão a carência de manutenção, a falta de sinalização apropriada e o desperdício de recursos públicos, especialmente no consumo de água.

Nesse contexto, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), assumiu a responsabilidade de reverter essa realidade. Entre as propostas, destacam-se iniciativas inovadoras, como a perfuração de poços artesianos com base em estudos técnicos, visando reduzir despesas e promover a sustentabilidade.

O uso inadequado de água nos mercados municipais é uma das questões mais urgentes. Em 2024, o Mercado Central Maria Virgínia Leite Franco registrou despesas de cerca de R$ 1.610.016,15 devido à utilização exclusiva de água potável, fornecida pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), para limpeza. Nos Mercados Centrais Thales Ferraz e Antônio Franco, localizados na Avenida Rio Branco, os gastos com água chegaram a R$ 769.900,53 no mesmo ano. Além dos custos elevados, esses locais enfrentam complicações como a ausência de manutenção. Um exemplo notável é o relógio do Mercado Antônio Franco, um importante cartão-postal da cidade que está fora de funcionamento há anos. Ademais, infiltrações durante as chuvas prejudicam comerciantes e mercadorias.

Os problemas estruturais afetam diretamente a vida dos trabalhadores. Rafaela Rocha, artesã no Mercado Antônio Franco há 10 anos, comenta, “A infiltração tem nos prejudicado muito. Desde a pandemia, perdi mercadorias, com prejuízo de até R$ 2 mil. Mesmo com a manutenção feita, o problema persiste, especialmente quando chove.”

No centro comercial Maria Virgínia Leite Franco, as condições também são críticas na área de pescados. Daniela dos Santos, comerciante de caranguejos, aponta “As câmaras frigoríficas estão danificadas, o saneamento é precário, e isso afeta tanto a gente quanto os clientes. Muitos preferem comprar fora por causa das condições aqui. Precisamos de ajustes urgentes.”

Outros mercados setoriais enfrentam dificuldades semelhantes. O mercado do Bairro América lida com questões de infraestrutura física e elétrica, comprometendo o funcionamento. O mercado Carlos Firpo, no Bairro Siqueira Campos, apresenta danos no telhado, inclusive, foi interditado pela Defesa Civil. Já o Miguel Arraes, no Bairro Bugio, sofre com vazamentos no telhado que comprometem a estrutura, prejudicando comerciantes e consumidores. No mercado do 18 do Forte, a área interna está inutilizada, no Viana de Assis, localizado no Bairro Santos Dumont, a falta de uma placa de identificação, a cerca elétrica danificada e o telhado enferrujado colocam em risco a segurança de todos.

Edileide Batista, feirante no Mercado Viana, ressalta, “O mercado precisa de ajustes urgentes. O teto está enferrujado, e também é necessário consertar a cerca elétrica, melhorar a fachada e colocar uma placa com o nome. Esses problemas se arrastam há muitos anos e precisam de atenção.”

Ciente dessas dificuldades, a nova gestão da Emsurb está realizando um levantamento detalhado das necessidades desses estabelecimentos e desenvolvendo um planejamento estratégico para revitalizar esses espaços. “Entre as principais medidas estão a perfuração de poços artesianos para reduzir os custos com água, a recuperação de importantes cartões-postais, como o relógio do Mercado Antônio Franco, e projetos de revitalização para devolver aos mercados sua relevância econômica e cultural”, explica Bertulino Menezes, diretor de Espaços Públicos e Abastecimento.

“Nossa intenção é transformar os mercados municipais em espaços que reflitam o potencial e a cultura da nossa cidade. Mas, para isso, precisamos superar os entraves deixados pela gestão anterior no cuidado com o patrimônio público”, complementa o presidente da Emsurb, Hugo Esoj.

Texto e foto ascom Emsurb

Leia também