A presidenta do SINDIBARRA, Mirlene Andrade, foi eleita como suplente junto à delegada representando a OAB/SE, Graziele Cavalcante. Ambas vão participar da Conferência Nacional de Saúde do/a Trabalhador/a
A Conferência Livre Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora promoveu vários debates, na UFS, no dia 16 de abril, enfatizando a saúde e o trabalho como direitos fundamentais da população.
Além dos debates no turno da manhã, todos os participantes discutiram e aprovaram, no turno da tarde, propostas de encaminhamento que serão levadas para a Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
A vice-presidenta da CUT/SE, Caroline Santos, que integra a comissão organizadora da conferência, destacou que é importante discutir a saúde do trabalhador, não só enquanto as doenças ocasionadas no mundo do trabalho, mas também na ótica da prevenção.
“Nestes debates precisamos avançar pela conquista de direitos trabalhistas, porque hoje uma das principais causas de adoecimento da classe trabalhadora é a falta de direitos. Então a gente precisa avançar na conquista de direitos da classe trabalhadora para avançar na prevenção e evitar as doenças no mundo do trabalho”, declarou Caroline Santos.
Na mesma linha, a dirigente do SACEMA, Joana Dark, ressaltou a importância da Conferência. “Além de sermos trabalhadores da saúde, entendemos a importância da conferência para a vida e a saúde dos trabalhadores em geral. Por isso estamos aqui: por nossa categoria e por todos os trabalhadores”, declarou.
Dirigente da CUT/Sergipe e presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos de São Francisco, Maria Perpétua, observou que: “os trabalhadores têm doenças que sequer identificam. E é preciso cuidar do trabalhador. Se não cuidarmos do trabalhador, como é que ele estará bem na prestação de seus serviços? Por isso é importante que estejamos aqui para deliberar pela construção de políticas para o bem estar dos trabalhadores e das trabalhadoras de Sergipe e do Brasil”.
Passado escravocrata e a crise na saúde mental
A garantia dos direitos trabalhistas, previdenciários e o direito à saúde do trabalho é uma conquista que passa pela superação do passado escravocrata do Brasil e pela superação do cenário atual de tamanha desigualdade social.
Sobre este aspecto, a palestrante Creuza de Oliveira, falou a respeito da luta das trabalhadoras domésticas contra o trabalho escravo, pelo direito à moradia, saúde, trabalho digno, direitos previdenciários e trabalhistas, a exemplo do que possuem as demais categorias de trabalhadores do Brasil.
A presidenta do Sindomestica/Se e diretora da CUT/Se, Quitéria Santos, afirmou que o maior dilema que a trabalhadora doméstica enfrenta na saúde é que as trabalhadoras não são liberadas para que possam buscar um médico de forma preventiva. “Quando o assunto é saúde, nós temos que nos prevenir e não remediar. E muitas vezes quando a trabalhadora vai ao médico e pega o atestado, a patroa não aceita. As trabalhadoras têm que entender que elas têm direito de cuidar de sua saúde e as patroas não podem negar este direito”, explicou Quitéria.
Além disso, em sua palestra, o professor Carlos Eduardo Carrusca Vieira (PUC/MG) afirmou que o Brasil enfrenta uma crise de saúde mental com o registro, em 2024, de 3,5 milhões de pedidos de licença médica ao INSS, sendo que destes, 472 mil foram referentes à saúde mental.
O secretário de Comunicação da CUT/SE, Milton Santos, também participou da Conferência junto à presidenta da Fetam/SE e diretora da CUT, Vanessa Ferreira, o presidente da CUT/SE, Roberto Silva, a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT/SE, Maria do Carmo Batista e a presidenta do SINDIBARRA Mirlene Andrade, que inclusive foi eleita como suplente junto à delegada Graziele Cavalcante, representando a OAB/SE. Ambas estarão presentes na Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
Texto e foto Iracema Corso