O Dia dos Pais está chegando e, ao longo dos últimos anos, muito se tem discutido sobre o papel de pai e a sua importância na formação de indivíduos e seus impactos na sociedade. De acordo com a psicologia fundamentada pelas ideias do psicanalista francês Jacques Lacan, o pai é o primeiro outro que a criança encontra fora do ventre de sua mãe. A presença do pai é que poderá facilitar à criança a passagem do mundo da família para o da sociedade.
A advogado especialista em Direito de Família, o Dr. Luan Maynard, explica que figura paterna desempenha um papel crucial no desenvolvimento psicológico e social da criança, influenciando diversos aspectos de sua formação. “A presença de um pai envolvido e afetuoso proporciona à criança uma sensação de segurança emocional, fundamental para o desenvolvimento de uma autoestima saudável. Além disso, pais que demonstram empatia e suporte emocional ajudam as crianças a aprender a lidar com suas próprias emoções de maneira adequada, promovendo a regulação emocional desde cedo”, disse.
Ausência paterna e seus impactos
Dados de 2023, obtidos por meio do Portal da Transparência do Registro Civil, apontam que dos 2,5 milhões nascidos no Brasil no ano citado, 172,2 mil deles não têm o registro paterno, número superior ao ano de 2022, onde 162,8 mil bebês não foram registrados pelos seus pais. Para além de números e dados, a ausência paterna pode afetar o desenvolvimento emocional, social, cognitivo e comportamental da criança, uma vez que, segundo o advogado Luan Maynard, o papel do pai vai além das responsabilidades financeiras e legais, desempenhando um papel essencial na construção do bem-estar e da estabilidade da criança.
“Quando um pai está ausente, a criança pode experimentar uma sensação de insegurança emocional. A falta de um pai presente para oferecer apoio, afeto e proteção pode resultar em uma baixa autoestima e em dificuldades de confiança. A ausência paterna pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, devido à falta de um modelo para a regulação adequada das emoções. Sem a orientação emocional do pai, a criança pode ter mais dificuldade em lidar com frustrações e desafios, afetando sua capacidade de desenvolver uma resiliência saudável”, ressalta.
Direitos e deveres dos pais
Segundo a Constituição Federal Brasileira, de maneira breve, o principal dever do pai é o de prover o que inclui não apenas a alimentação, mas também vestuário, educação, saúde e lazer. Ou seja, o que o documento entende como direitos e necessidades básicas do ser humano. Este é um aspecto fundamental para garantir que a criança tenha todas as suas necessidades básicas atendidas.
O advogado Luan Maynard aponta que o pai tem o direito de manter um relacionamento próximo e participativo com a criança, seja nos aspectos educacionais, emocionais e na área da saúde, independentemente de sua situação conjugal com a mãe. “Este direito é crucial para o desenvolvimento emocional e social da criança, pois permite a criação de um vínculo afetivo sólido e duradouro”, afirma.
Ele ainda destaca que cabe também ao pai zelar pela educação do filho, proporcionando condições para seu desenvolvimento intelectual e moral, acompanhando o desempenho escolar, incentivando a leitura e outras atividades educativas, e ensinando valores éticos e morais. Além disso, o pai é responsável por garantir a saúde do filho, assegurando acesso a cuidados médicos e tratamentos necessários, e protegendo-o de situações de perigo para garantir um ambiente seguro e saudável para seu crescimento.
“Não podemos esquecer que além desses aspectos práticos, o pai deve proporcionar afeto, apoio emocional e atenção, contribuindo para o desenvolvimento emocional equilibrado da criança. Demonstrar amor e carinho é fundamental para que a criança se sinta valorizada e segura”, finaliza o advogado.
Fonte e foto NV Comunicação