Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
Poucos acreditam que o Partidos dos Trabalhadores vai esperar a decisão da Base Aliada, que levará o governador Belivaldo Chagas (PSD) a anunciar o candidato do bloco ao Governo do Estado em 2022. O clima não favorece ao crédito, porque o senador Rogério Carvalho (PT) já atua como pré-candidato a governador e conversa sobre isso com lideranças de outros partidos, para a formação de sua chapa. O próprio bloco de apoio ao Governo já não tem o PT como aliado, embora mantenha o bom relacionamento e não o vê (ainda) como adversário.
Rogério está à busca de lideranças político-partidárias para apoio e formação de sua chapa. Não deixou nada fechado, mas tem projeto para fazer a sua pré-candidatura andar, já com sua equipe de marketing elaborando estratégias. Retorna a Aracaju neste próximo final de semana e anuncia para amigos mais próximos grandes surpresas, que ainda mantém em sigilo. Admite-se que sejam adesões ao seu projeto eleitoral, de pessoas que jamais alguém desconfia que apoiariam uma candidatura petista.
Na realidade, ainda não se enxerga um grande movimento da militância sobre o nome de Rogério. A própria vinda do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva ao Nordeste não provocou euforia e nem passou a impressão que ele mantém a mesma liderança de quando foi presidente. Tem quem considere o retorno de Lula um risco e a continuidade de Jair Bolsonaro um desastre. Mas, infelizmente, não se tem lideranças novas e confiáveis para colocar o País no reencontro com o desenvolvimento econômico e social, o que favorece a continuidade da decadência de um Brasil que precisa se recuperar de danos causados ao seu povo e aos cofres públicos.
Rogério é um nome eleitoralmente viável nesse momento, mas deixa uma base que lhe deu apoio e um Governo que acomodou indicações da sua legenda, para tentar chegar ao topo do Poder e satisfazer ao seu partido, que não está no comando político do Estado há 12 anos. Nesse momento não há projetos de mudança e a tendência é a continuidade de uma estrutura montada pelo ex-governador Marcelo Déda, em 2010, que praticamente não deu certo. Ao se unir a uma oposição que soube impor sua vontade e projetos, Déda sequer fez o presidente da Assembleia. Além disso, para que fosse votado o Proinvest, já doente, Déda teve que praticamente implorar.
Olhando sem qualquer interesse de jogar água na fervura, há necessidade de uma reflexão profunda para um avaliação do momento, em que o PT perdeu o pleito à Prefeitura de Aracaju, com o mesmo gesto de se tornar adversários dos aliados. A situação é outra, claro, mas o cenário não parece favorável a uma superação nas urnas em 2022. De qualquer forma vale a disputa.
Candidato do bloco
O presidente do PT, João Daniel, conversou com o senador Rogério Carvalho (PT), no final de semana e trataram sobre a conjuntura política.
*** Segundo João Daniel, ficou decidido que Rogério Carvalho colocou seu nome para disputar o Governo em 2022 pela base aliada e vai aguardar a decisão sem pressa.
Através de pesquisas
O PT acha que a decisão do candidato do bloco deve ser feita a partir de pesquisas científicas que leve ao nome daquele que tiver melhores condições para disputar a sucessão estadual
*** Segundo João Daniel, quanto à decisão do nome do candidato, deve ser tomada pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) na data que ele marcar e sem problemas.
Mas tem um porem
O nome que for indicado pela base aliada será avaliado e bem discutido pelo PT. Caso não satisfaça ao partido, com certeza será lançado outro nome.
*** E não há assim “outro nome”, será mesmo o do senador Rogério Carvalho, que já montou estrutura para ser o candidato a governador.
*** Rogério Carvalho já montou em Aracaju a sua equipe de marketing e pode até esperar a decisão do bloco, mas só aceita a decisão se for por ele.
Base não
Dentro da base aliada, já não se conta com o nome de Rogério Carvalho para disputar a indicação do candidato a governador, exatamente porque consideram que ele já decidiu por isso, independentemente da escolha pela base aliada.
*** Os candidatos que se mantêm ainda são Edvaldo Nogueira (PDT), Fábio Mitidieri (PSD) e Laércio Oliveira (PP). Comenta-se que Ulices Andrade ainda pode surpreender
Há um detalhe
Ulices Andrade – segundo informou um deputado – não tira da cabeça a possibilidade de disputar o Governo do Estado e conversa muito sobre isso.
*** Sabe que a escolha do candidato da base acontece entre setembro e outubro, mas o registro de candidatura ocorre no prazo que vai de julho a 05 de agosto e ainda pode acontecer muita coisa.
*** Ulices está conversando com todas as tendências políticas, embora tenha posições historicamente definidas.
Convite para vice
O ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), disse que esteve com o senador Rogério Carvalho (PT), no final de semana: “conversamos bastante e sobre política também”.
*** Durante a conversa, Rogério convidou Valmir para ser o seu vice-governador ou a deputado federal. Para o último mandato não precisa coligação, caso seja mantido o modelo atual para as eleições.
Compor com Fábio
Em encontro casual que teve em Itabaiana com um repórter, Valmir de Francisquinho foi perguntado se haveria possibilidade dele compor com Fábio Mitidieri se ele for candidato a governador em 2022.
*** Valmir respondeu: “existe possibilidade de compor com todo mundo e existe a possibilidade também de eu ser candidato. Isso eu disse e é verdade”.
*** – Mas não é verdade que eu tenha dito que votaria em Mitidieri, como o repórter perguntou, disse e explicou: “uma coisa é afirmação, outra coisa é um entendimento subjetivo”.
Rogério lembra Dilma
O senador Rogério Carvalho (PT) disse que “hoje (ontem) o Brasil completa cinco anos do golpe parlamentar de 2016, que derrubou uma presidenta legítima, sem ter cometido crime”.
*** Para Rogério, “a tragédia social, política e econômica que o país vive hoje, é consequência deste triste capítulo de nossa história”.
Ricardo a estadual
O vereador Ricardo Marques (Cidadania) exerce o seu mandato participando in loco dos problemas das cidades, denunciando falhas da administração e aplaudindo os reparos.
***Ricardo Marques vai bem nos bairros e começa a fortalecer o seu nome como pré-candidato a deputado estadual.
Marcio e carestia
O ex-deputado Marcio Macedo (PT) diz que o presidente Jair Bolsonaro demonstra incompetência na gestão e a carestia toma conta do Brasil.
*** E cita: “aumento do preço da gasolina, do diesel, da cesta básica e agora a energia elétrica fica mais cara em 7%”.
Candidatura própria
O Psol está aguardando o congresso estadual do partido, dias 11 e 12 de setembro, para definir alianças com outros partidos, candidaturas e definir a nova diretoria.
*** O Psol está construindo a possibilidade para lançamento de candidatura própria ao Governo do Estado.
Dono da bola
O governador Belivaldo Chagas (PSD) recebeu ontem presidentes de federações esportivas, para incentivar o crescimento das atividades do esporte amador no Estado.
*** Durante o encontro, Belivaldo confidenciou: “não sou bom de bola (risos). Quando era menino só jogava quando era o dono da bola.
Machado a federal
José Carlos Machado, presidente do DEM em Sergipe, é pré-candidato a deputado federal. Está trabalhando muito e admite que o grande mal na política eleitoral do Brasil é o excessivo número de partidos.
*** Machado admite que se tiver coligação no pleito de 2022 fica difícil e defende que se faça uma reforma política profunda.
Valmir e D. Maria
A senadora Maria do Carmo Alves (DEM) conversou com Valmir de Francisquinho, durante o aniversário de Itabaiana. Ele lhe confidenciou: “sou candidato a governador”.
*** A senadora disse de imediato: “vejo isso com muita simpatia”. Essa posição comprova que o DEM não tem compromisso com nenhum candidato ao Governo.
Daniela em Brasília
A presidente do Podemos, delegada Daniela Garcia, está em Brasília. Sobre como fica o bloco com a decisão do senador Alessandro disputar a Presidência da República, ela disse que “nada está definido ainda! Mas tudo é possível!”
*** Daniela participa hoje de reunião com a presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu e também com o senador Álvaro Dias (Podemos-PR).
Código Eleitoral
O fato político da semana é a votação do Código Eleitoral, que cria quarentena de cinco anos para militares disputar mandato. O expectativa é se vale para o pleito do próximo ano, ou se para 2024.
*** A aprovação impede que juízes, promotores, delegados, militares – federal e rodoviários – disputem mandato sem ter o tempo de quarentena. Também proíbe pesquisas três dias antes das eleições.
*** O código será votado na quinta-feira e não vale para aqueles que já estão eleitos…
Um bom bate papo
Junio – “Senado deu o ‘tchau, querida’”: Cunha ironiza impeachment de Dilma no dia em que o afastamento da ex-presidente completa cinco anos.
Terra – Justiça quebra sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro, no processo sobre as “rachadinhas”.
TV Cultura – “A banalização do impeachment é pior para a democracia do que a derrota nas urnas a cada quatro anos porque ela cria mártires”.
O Federal – A responsabilidade pela vida de Roberto Jefferson é inteiramente do ministro Alexandre de Moraes e do STF.
Deu na Folha – CPI apura boletos de R$ 47 mil emitidos por empresa investigada a ex-diretor do Ministério da Saúde.
Gilberto Natalini – Enquanto o filho Carlos tem sigilos quebrados por rachadinha, Bolsonaro passeia de moto e de cavalo. O Brasil está sem governo.
Deu na Folha – Ministro de Minas e Energia admite que crise de energia se agravou e pede para evitar até ferro de passar.
Paulo Pimenta – TSE avalia que existem condições técnicas para cassar a chapa Bolsonaro-Mourão.