O Julho Vermelho é o mês de conscientização do Câncer de Boca. Para alertar a população sobre este tipo de câncer, a clínica Onco Hematos orienta sobre as principais causas da doença que, na maioria das vezes, estão relacionadas a fatores externos, como tabagismo e a exposição ao HPV (papilomavírus humano).
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 2020 e 2022, cerca de 15 mil novos casos de câncer de boca e orofaringe deverão ser diagnosticados no país. O Câncer de Boca é duas vezes mais comum em homens, principalmente em homens acima de 40 anos e tabagistas.
De acordo com a oncologista clínica da Onco Hematos, Gisélia Tavares, o câncer de boca é mais comum do que se imagina, que envolve tanto o câncer nos lábios, como na cavidade oral, que acomete a língua, gengivas, céu da boca, a região do fundo da boca e até o assoalho bucal, que é a região abaixo da língua.
“As principais causas do câncer de boca vão estar relacionadas aos fatores externos. Por exemplo, o câncer de lábio é bem mais comum em pessoas de pele clara, relacionadas a exposição solar. E na cavidade oral vai estar relacionado aos hábitos de vida como tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, assim como a exposição ao HPV, que é um vírus de transmissão, principalmente, por via sexual e que podem sim causar esses tipos de tumores”, explicou Dra. Gisélia.
HPV
Com relação à transmissão por HPV, a oncologista alerta que para evitar o risco de transmissão ao vírus, é necessário proteção com camisinha também no sexo oral. “O câncer mais comum relacionado ao HPV é o câncer de colo uterino, mas esses tipos de câncer de cavidade oral e orofaringe, também são comuns, principalmente para pacientes acima de 40 anos e 50 anos, que lá na frente é que podem demonstrar algum tipo de tumoração, até por uma prática feita ainda mais jovem. Lembrando que a vacina contra o HPV já está sendo disponibilizada para crianças e adolescentes e a gente tenta, através disso, com que as próximas gerações não venham a sofrer tanto com essas doenças. Mas claro, sempre mantendo todos os cuidados” alertou Gisélia Tavares.
Sinais e Sintomas
Ainda segundo a oncologista, os principais sintomas são lesões no lábio ou na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias. “São lesões às vezes dolorosas, ou até indolor, que sangra ou que muda de cor, pode ser algo mais esbranquiçado, que muda a textura da região, pode ser nódulo ou até úlcera. Na parte da orofaringe, pode estar muito relacionada a rouquidão, dor para mastigar ou deglutir ou dificuldade para falar. E uma coisa importante é a questão da saúde bucal, fazer boa higiene, observar o céu da boca, olhar a língua e, se perceber algo diferente, buscar o dentista ou profissional da área”, ressaltou a médica, acrescentando a importância de ir ao dentista a cada seis meses para detectar qualquer problema e, se necessário, buscar otorrinolaringologista e em alguns casos, o cirurgião de cabeça e pescoço.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da doença, segundo a oncologista, pode ser através de exames de imagem relacionados ao nariz e pescoço ou por meio de biópsia. Já com relação ao tratamento, a médica orienta que é um tipo de câncer tratável. “O primeiro tratamento possível seria o cirúrgico, para retirar o máximo possível da lesão nos casos iniciais da doença. Em alguns casos, em que a cirurgia não é possível ou não retira o tumor completo, se faz a radioterapia. Já em casos mais avançados, pode ser realizada a quimioterapia, juntamente com a radioterapia e/ou com uso de medicações mais novas, como imunobiológicos, por exemplo”, finalizou.
Ascom/Onco Hematos