Entenda como o valor da tarifa é definido pela ANEEL
A Energisa Sergipe, responsável pela distribuição de energia em 63 municípios sergipanos, possui a tarifa mais barata do estado. O ranking das tarifas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), disponível aqui, também aponta que a concessionária possui a 3ª tarifa mais barata dentre as 9 capitais do Nordeste. Mesmo com a menor tarifa, os consumidores devem avaliar com atenção o consumo mensal e entender a composição da fatura para evitar gastos extras no final do mês.
Entender a composição da fatura é uma das principais dicas para consumir energia elétrica de forma mais eficiente. Isso porque ao acompanhar o consumo, é possível identificar gastos extras no dia a dia e adotar práticas para economizar, principalmente nesse período de bandeira tarifária vermelha patamar 2 , que foi acionada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) devido à baixa nos reservatórios das hidrelétricas. Essa mudança na bandeira representa um valor adicional na conta do consumidor.
Como por exemplo, se um cliente residencial consumiu 200 KWh no mês de março deste ano, período de bandeira amarela com cobrança de adicional de R$1,343 para cada 100kWh consumidos, e mantém este consumo de 200 KWh neste mês de julho, o valor da fatura aumentará de aproximadamente R$ 118,70 para R$ 135,07 (sem o valor dos impostos) por conta da tarifa adicional aplicada pela bandeira vermelha patamar 2, que tem uma cobrança adicional de R$ 9,492 para cada 100kWh consumidos.
O gerente do Departamento Comercial, Wellington Aranha, explica que o valor da tarifa é definido pela Aneel, agência responsável pelas regras e fiscalização do setor elétrico no Brasil. “Os processos de reajuste ou revisão tarifária também são determinados pela Aneel, a partir de normas e metodologias bem definidas, sempre olhando para o cenário individual de cada concessionária”, expõe.
De forma simples, é possível separar o sistema de energia em três etapas básicas: geração da energia, transmissão e, por último, a distribuição da energia que chega ao consumidor final (residências, estabelecimentos comerciais e industriais). O total da tarifa considera a soma dos custos desse processo, mais os encargos setoriais, impostos diretos, acréscimos da bandeira tarifária vigente e outros serviços.
“Quando a conta chega ao consumidor em uma fatura única, muitas vezes ele não percebe que já estão embutidos outros valores que compõem a tarifa. Esses valores são arrecadados pela distribuidora, por meio da conta de energia, e repassados diretamente às empresas responsáveis por cada uma dessas fases do processo produtivo da energia”, esclarece Wellington.
A tarifa de energia paga pelos clientes deve cobrir todos os custos necessários para a prestação dos serviços, incluindo a compra e a transmissão de energia, os tributos e, por fim, os custos da distribuição de energia. No exemplo abaixo, cabe à Energisa apenas o valor de R$ 30,20, correspondente a 24,93% do total da fatura.
Com esse valor, a empresa distribui energia a todos os clientes, paga fornecedores e prestadores de serviço, renova e faz a manutenção da sua frota, mantém e amplia a rede e os sistemas elétricos, garantindo o atendimento 24 horas e 7 dias por semana, além de investir na modernização e melhoria crescente da qualidade dos serviços prestados. O restante do valor, que corresponde a 75,07% do valor da fatura, vai para o pagamento de encargos e impostos e para outras empresas que operam no sistema que leva a energia até a sua casa (como as geradoras e as transmissoras de energia).
O consumidor pode acompanhar o seu consumo diário e mensal por meio da conta de energia que apresenta todos os detalhes para entender melhor o aumento do valor da conta. Com essas informações, é possível fazer um comparativo da média diária da energia consumida em relação ao mês anterior, para verificar se está utilizando mais ou menos energia no dia a dia. Assim, o consumidor poderá reavaliar os hábitos diários e, quando necessário, aplicar estratégias de uso consciente para economizar.
Fique atento a algumas dicas para economizar energia e evitar variações na conta:
Geladeira – certifique-se de que a vedação (borracha) está em perfeitas condições. Se não estiver funcionando bem, a geladeira pode ficar aberta, favorecendo a entrada de ar quente, o que exigirá maior gasto de energia para que o eletrodoméstico cumpra a função de refrigeração. Além disso, evite abrir a geladeira toda hora. Quanto mais tempo aberta, mais energia vai consumir. Não coloque alimentos quentes na geladeira, pois ela vai gastar mais energia para fazer com que o alimento quente chegue à temperatura dos demais.
Aparelhos em stand-by – televisão, videogame, micro-ondas, cafeteira elétrica e outros equipamentos na tomada consomem energia. Se possível, retire-os da tomada após o uso.
Chuveiro elétrico – responsável por até cerca de 25% do consumo de uma residência, o chuveiro elétrico também pode contribuir para que a sua conta de luz venha alta. Então, ao utilizar esse aparelho, verifique a opção em que ele se encontra. Alguns aparelhos possuem a opção “verão” que pode reduzir em até 30% o consumo.
Máquina e ferro de lavar – não fracione a lavagem de roupas. Se possível, acumule todas as peças e lave tudo de uma vez. Assim, a máquina funcionará com toda a sua capacidade em intervalos maiores, o que reduz o consumo de energia. O mesmo vale para o uso do ferro de passar roupas.
Luminárias – modernas e bonitas em qualquer ambiente, as luminárias podem consumir a mesma energia que algumas lâmpadas de teto. Evite deixá-las ligadas por muito tempo, assim como os abajures.
Equipamentos novos – ao comprar um equipamento novo e começar a utilizá-lo, tenha a ciência de que haverá aumento no consumo da energia de sua casa. Mas, para minimizar esse gasto, adquira produtos com o Selo Procel. A economia ao longo do tempo vale a pena. E lembre-se de avisar a Energisa e solicitar alteração de carga sempre que adquirir um novo equipamento de alto consumo, como ar-condicionado ou geladeira. Assim, a empresa analisará a necessidade do aumento de potência fornecida para a sua região.
Instalações internas – emendas em excesso ou instalações inadequadas podem gerar sobrecarga e aumentar o consumo, além do perigo. Nesses casos, é importante que um eletricista faça a revisão das instalações internas. Evite, ainda, usar “benjamin”, ou T, para ligar vários aparelhos. Esses dispositivos podem gerar sobrecarga e provocar um curto-circuito e até incêndio.
Computador – Nos intervalos do trabalho, das aulas ou até da diversão on-line, desligue o monitor ou ative o “modo de espera” do computador ou notebook para poupar energia.
Trabalho e estudo em casa – ao trabalhar ou realizar atividades escolares em casa, procure um ambiente ventilado e com maior entrada de iluminação natural. Dessa forma, não será preciso manter as lâmpadas acesas durante o dia todo. Se, mesmo assim precisar acender a lâmpada, dê preferência às de LED, pois esses modelos consomem menos energia.
Por Adriana Freitas