O terapeuta ocupacional (TO) desempenha a importante função de melhorar as atividades do cotidiano e a qualidade de vida de pessoas com alterações cognitivas, motoras e perceptivas. No Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde), o serviço deste especialista está disponível no Centro de Terapias Integradas, com uma abordagem voltada para as crianças, público mais demandante.
Os TOs, que celebram o Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional no próximo domingo, 19, intervêm no cotidiano de seus pacientes e colaboram com a realização de atividades do dia a dia nas áreas de higiene, alimentação, vestuário, trabalho, estudo e lazer, entre outras.
Francielle Amâncio, terapeuta ocupacional do Centro de Terapias do Ipesaúde, fala sobre a importância do TO. “Nossa função é dar autonomia ao paciente, independentemente da idade, desde a infância até a sua fase adulta, para que ele consiga desempenhar suas ocupações diárias. Consideramos as atividades significativas do paciente. Isto é, o que é importante para ele? O que gosta de fazer? No caso do público infantil, também consideramos as brincadeiras”.
Intervenções
A especialista dá exemplos práticos do trabalho que os terapeutas ocupacionais desenvolvem junto aos pacientes assistidos no Centro de Terapias: “Avaliamos e incluímos ações do cotidiano, como escovar os dentes, pentear o cabelo, vestir-se de forma independente, calçar os sapatos, além de atividades de motricidade, que ajudam na ocupação escolar. Trabalhamos também com a seletividade alimentar, aproximando a criança dos alimentos, e com a parte sensorial, já que muitas enfrentam dificuldades relacionadas a texturas, como roupas que incomodam ou etiquetas. Vamos adaptando essas tarefas para estimular de forma gradual”.
O impacto positivo do terapeuta ocupacional, aliado a outras terapias oferecidas no Centro do Ipesaúde, é comprovado pelos relatos das famílias atendidas. Carmen Virgínia Santana, mãe do beneficiário André Luís Santana, de 6 anos, que tem diagnóstico de autismo e hiperatividade, destaca a evolução do filho, com as sessões semanais com TO.
“Descobri que ele tinha autismo quando ele tinha quatro anos. Ele não falava nada, só apontava. Hoje ele já consegue falar algumas coisas. Ele faz TO, fono e tem psicopedagoga. Os profissionais do Centro são bem atenciosos, explicam tudo sobre a evolução”, relata Carmen Virgínia. Para ela, o melhor progresso de seu filho foi com a alimentação. “Ele não comia quase nada. Hoje está conseguindo e ele comopreende, sempre fala ‘A tia diz que tem que comer”.
Vitórias
A terapeuta ocupacional Karine Trindade, que também atende no Centro de Terapias Integradas, enaltece o papel transformador do TO ao proporcionar aos pacientes autonomia em atividades essenciais do dia a dia, que muitas vezes são comprometidas por limitações. “Somos seres ocupacionais, tudo que fazemos é uma ocupação. Trazer a independência do sujeito é o ponto mais importante”, diz. Ela destaca que ações aparentemente simples, como vestir uma roupa, podem representar grandes desafios para quem tem problemas cognitivos e motores. Por isso, realizá-las são conquistas significativas. “O sujeito ter o prazer de fazer aquilo que, muitas vezes, pode ter sido uma limitação, é um ganho muito grande”, afirma.
Rosineide Santos Oliveira, mãe do beneficiário Leonardo Oliveira, de 9 anos, que é autista e hiperativo, reforça a importância da TO na vida de seu filho. “A terapia ajuda na escola, na alimentação. Ele era ruim para comer. A Terapia Ocupacional ajudou muito na questão da fralda também. Foi uma luta muito grande, mas os profissionais do Centro me ajudaram”, agradece.
Foto: Ipesaúde