O mês de setembro reforça a necessidade do cuidado com a saúde mental.Tendo em vista a importância da campanha, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Atenção Especializada à Saúde (Daes), realizou nesta terça-feira, 10, o 3º Colegiado da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do ano vigente. O momento serviu como espaço para discussão do fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial junto aos municípios sergipanos.
Um dos pontos discutidos foi a atuação do Núcleo de Saúde Mental (Nusam), que faz parte do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), que atende pacientes psiquiátricos com transtornos mentais ou em situação de vulnerabilidade social. O serviço foi iniciado em junho de 2024 e já atendeu mais de mil chamados voltados à saúde mental em pouco mais de dois meses de implantação.
De acordo com a diretora da Daes, Neuzice Lima, o colegiado é um lugar que promove uma escuta qualificada que discute diversas temáticas com os gestores dos municípios e serviços. “O processo permite que façamos o resgate do fortalecimento da Rede, seja como ela deve ser conduzida ou como os pontos de atenção devem atuar. É um momento intersetorial que envolve agentes da Saúde, da Assistência Social, da Justiça e outros, empenhados em debater o acesso assistencial, envolvendo os três níveis de atenção, e potencializar cada vez mais a atenção psicossocial em Sergipe”, destacou Neuzice.
Assistência qualificada
Os gestores municipais e estaduais puderam pensar em melhorias dentro dos serviços da saúde que fazem parte da rede. Uma das participantes foi a diretora da Atenção Psicossocial do município de Aracaju, Janaína Cavalcante, que destacou como enriquecedora a participação nas discussões que envolvem a saúde mental. “Temos o entendimento de que a temática é fundamental para melhorar cada vez mais nossas estratégias e o nosso planejamento de acordo com o que a Rede oferece, além da nossa atualização com as diretrizes e portarias do Ministério da Saúde (MS), que irão aumentar a potencialidade de nossa assistência”, disse Janaína.
O fundador da Associação de Usuários de Saúde Mental do estado de Sergipe (Ausmes), Everton Tavares, reforçou a necessidade de contribuir com as políticas públicas de saúde do estado. “Estamos há muito tempo fomentando essa pauta para que possamos melhorar ainda mais o cuidado com os pacientes, promovendo a humanização e dignidade no serviço”, contou.
Rede psicossocial
O estado conta com uma Atenção Especializada, por meio de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), residências terapêuticas e unidades acolhedoras que funcionam como serviços ambulatoriais nos municípios. Além do componente especializado, existe a Atenção à Urgência Hospitalar, que atua de forma integrada para uma assistência cada vez mais qualificada.
Atualmente, Sergipe conta com 46 leitos em saúde mental em hospital geral, sendo 14 leitos, para admissão de pacientes do sexo feminino, a partir de 12 anos de idade até 17 anos e 11 meses no Hospital São José.
No Hospital Universitário de Aracaju são sete leitos e um de observação para admissão de ambos os sexos, a partir de 18 anos. No Hospital Regional de Estância Jessé Andrade Fontes são 15 leitos para admissão de pacientes do sexo masculino, a partir de 12 anos de idade até 17 anos e 11 meses e 29 dias e dez leitos para pacientes com transtorno mental e em conflito com a Lei, sendo oito leitos masculinos e dois para o sexo feminino, a partir de 18 anos no Hospital Regional Governador João Alves Filho, Nossa Senhora da Glória.
Além disso, são 80 leitos psiquiátricos na Clínica de Repouso São Marcello/Hospital Psiquiátrico. Todos os leitos de saúde mental e psiquiátricos são de referência geográfica para os 75 municípios sergipanos.
Foto: Flávia Pacheco