O preconceito e a desinformação ainda são barreiras que afastam muitos homens do consultório médico, especialmente quando o assunto é a saúde urológica. No entanto, a prevenção é a chave para evitar doenças graves. É o que alerta o urologista do Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde), Carlos Alberto Siqueira, neste Novembro Azul – mês dedicado à prevenção e ao combate ao câncer de próstata.
“Pra quê eu vou no urologista? Eu não estou sentindo nada”. De acordo com Carlos Alberto, essa é uma das afirmações mais comuns ditas por homens que evitam consultas médicas. Mas as consequências dessa atitude podem ser muito prejudiciais à saúde, destaca o médico. “Se for esperar sentir, já pode ser tarde. Você não leva seu carro na oficina só quando ele quebra e fica no meio da rua. Periodicamente, fazemos uma manutenção. A mesma coisa é o nosso corpo. Não devemos esperar ele entrar em fadiga ou apresentar problemas para agir”, alerta o especialista.
Hoje ciente da importância de se cuidar e prevenir o aparecimento de um câncer, Enéas dos Santos, anualmente, faz consulta com urologista. Ele é usuário do Ipesaúde há 38 anos. “Tenho 66 anos e comecei a vir ao urologista com 54 anos. Foi quando descobri alteração na próstata e faço acompanhamento, check-up completo”, informa.
Exame de toque
Segundo o urologista Carlos Alberto, muitos pacientes chegam ao consultório com receio ou constrangimento em relação ao exame de próstata (toque retal). “O toque é apenas um dos exames que podem ser realizados. Ele é rápido, indolor e não afeta a masculinidade de ninguém”, afirma.
O especialista reforça ainda que o toque retal não é o único parâmetro para avaliar a saúde do paciente, fazendo parte de um conjunto de exames e análises que, aliados à frequência anual das consultas, garantem um acompanhamento eficaz. “O importante é a regularidade. O paciente deve ser avaliado pelo urologista pelo menos uma vez por ano. A curva de acompanhamento ao longo do tempo é mais significativa do que qualquer exame isolado”, destaca.
Quebrando o tabu
Para conservar a saúde, Enéas dos Santos deixa de lado o preconceito que gira em torno da consulta dos homens com urologista. “Muita gente fica cismada, com brincadeiras (devido ao exame de toque)”, diz. Mas, para o usuário do Ipesaúde, o procedimento não tira a masculinidade de ninguém.
Além de se cuidar, Enéas ainda aconselha aos amigos a cuidarem da saúde também, fazendo a consulta preventiva. “Eu dou conselho que sempre vá ao médico, que vá ao urologista para fazer os acompanhamentos e os exames”, afirma.
Câncer de próstata
O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e o segundo que mais causa mortes na população masculina. O maior perigo da doença, segundo o urologista Carlos Alberto, é que ela não apresenta sintomas na fase inicial. “Quando os sintomas aparecem, a doença já está em estágio avançado. Por isso, é essencial a avaliação periódica, mesmo sem qualquer sinal de problema”, informa.
O especialista faz questão de reforçar que cuidar da saúde é um ato de responsabilidade e autocuidado. “O paciente não está apenas fazendo um exame, ele está investindo na própria vida. Não podemos esperar o corpo dar sinais de alerta para agir”, diz.
O recado do especialista é claro: prevenir é sempre o melhor caminho. “Assim como fazemos manutenções preventivas em nossos veículos para evitar danos futuros, o cuidado com o corpo precisa ser constante e consciente. Consultar um urologista regularmente é uma forma de garantir longevidade e bem-estar”, defende.
Foto: Ascom Ipesaúde