Aracaju, 15 de janeiro de 2025
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Saúde orienta sobre cuidados e prevenção de mastite em lactantes

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A mastite é um dos desafios mais frequentes enfrentados pelas mães durante a amamentação. Essa condição inflamatória da mama pode causar dor, vermelhidão, inchaço e, em casos mais graves, febre e sintomas sistêmicos. Apesar de comum, a mastite ainda é rodeada de mitos e dúvidas, o que reforça a importância de um manejo correto e de informações atualizadas. Diante disso, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), por meio do Banco de Leite Marly Sarney, realizou nesta quarta-feira, 15, uma capacitação voltada a pediatras e obstetras.

De acordo com a mastologista Renata Montarroyos Leite, a mastite está associada à desbiose mamária, um desequilíbrio entre as bactérias boas e patogênicas na mama. “Tudo o que contribui para esse desequilíbrio, como obesidade, uso excessivo de antibióticos ou hábitos inadequados pode aumentar o risco de mastite”, disse a especialista. Um ponto essencial destacado pela médica é a importância de diferenciar mastite de outras condições, como o ingurgitamento mamário. “O ingurgitamento é caracterizado por mamas túrgidas e, eventualmente, doloridas, mas não necessariamente é mastite. A mastite se declara quando, além da dor, há sinais como vermelhidão e inchaço persistentes por mais de 48 horas”, informou a médica.

O pediatra Jéberton de Santana Santos, residente em Neonatologia, participou da capacitação e destacou a importância das orientações. “Na pediatria lidamos diariamente com questões de amamentação, especialmente no período neonatal, onde buscamos estabelecer o vínculo entre mães e bebês. A mastite é um desafio comum, e ter acesso a essas atualizações nos dá respaldo para oferecer o melhor cuidado às nossas pacientes e, consequentemente, às nossas crianças”, comentou.

Prevenção e Tratamento

A prevenção da mastite começa com o manejo correto da amamentação. “Ajustar a pega do bebê e amamentar de forma fisiológica são práticas que evitam problemas. Além disso, é fundamental desmistificar a ideia de que mastite exige a interrupção da amamentação. Continuar amamentando não só é possível, como pode ser benéfico para aliviar o quadro”, orientou Renata.

Com relação ao tratamento, a especialista explica que a maioria das mastites inflamatórias não requer antibióticos. Já nos casos de mastite bacteriana, que são menos frequentes, o uso de medicação é necessário, mas geralmente eficaz. “O acompanhamento com profissionais capacitados é essencial para distinguir mastite de outras condições e garantir o melhor cuidado”, acrescentou.

Para a gerente do Banco de Leite, Miriam Duarte, foi importante reunir pediatras e obstetras para discutir os novos protocolos e sanar dúvidas com a mastologista. A mastite é uma complicação, que identificamos com frequência nos nossos atendimentos. E o alinhamento entre as equipes nos ajuda a oferecer um atendimento mais eficiente e humanizado. Precisamos garantir que as mães se sintam acolhidas e bem orientadas”, afirmou.

Serviço

O Banco de Leite Humano Marly Sarney consegue identificar, na sala de manejo, muitos casos de mastite.  A equipe da unidade trabalha a amamentação na prevenção da mastite, além do diagnostico, avaliação e orientação quando é constatado um quadro de mastite. Em casos mais graves, ocorre o encaminhamento para o mastologista.

A coordenadora do Banco de Leite, Bárbara Reis, contou que a equipe enfrenta muitos casos de mastites e as mudanças nos protocolos, especialmente os medicamentosos, tornam essencial a atualização constante. “Queremos garantir que as mães recebam o melhor suporte para que possam cuidar bem de seus bebês”, concluiu.

ASN – foto SES

 

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