Por David Portugal
Em coluna publicada ontem no JL Política, o vereador Elber Batalha expõe seus desafetos e mágoas para com a nova gestão de Aracaju que tem a frente Emília Corrêa e Ricardo Marques. É do jogo político que a oposição se manifeste como queira, que use de frases manjadas e argumentos diversos para justificar seus pontos de vista, muitas das vezes míopes e com um pouco de estrabismo.
Em sua verborragia ideológica, o vereador Elber sugere que o prefeito de Aracaju é o empresário Edvan Amorim, nada de novo sob o sol. Aqui temos mais uma vez um homem com todos seus privilégios desdenhando e maldizendo a liderança política de uma mulher que foi democraticamente eleita. Eleição essa histórica, seja pelo ineditismo de termos uma mulher frente a gestão da capital de Sergipe, seja pela derrota retumbante das estruturas políticas do Estado, do município e a nível federal. O vereador que tanto se vangloria de ter feito parte da oposição no passado, esquece que na última eleição somou fileiras a gestão de Edvaldo, pediu votos e fez campanha em prol do candidato do sistemão que ele mesmo dizia combater em seus discursos vazios e puramente retóricos.
A crise do socialismo não é puramente retórica, é de estilo e de posicionamento. O distinto vereador não levantou sua voz em nenhum instante quando do desrespeito de seus colegas de esquerda que abandonaram a cerimônia de diplomação da prefeita Emília Corrêa. No discurso empoderado e revolucionário, eles dizem que a política é lugar de mulher, mas quando lá chega uma mulher que não faz parte da sua trupe, essa não merece o crédito e a estima dos ditos defensores do poder das mulheres. Para estes, Emilia é uma não mulher, seu erro é ser de direita, cristã e ter uma personalidade forte. Elber incorre no tal machismo, ideia essa tão atacada e combatida pelos seus colegas ideológicos, mas que encontra nas suas fileiras, os piores exemplos e casos emblemáticos por toda a arena política.
Ao dito vereador falta-lhe humildade e senso de proporção, comparar três meses de gestão com quase vinte anos daquele que foi seu líder é de uma desonestidade retumbante e digna de um exame psicológico. Edvaldo, esse sim, que foi refém e cúmplice dos grandes empresários imobiliários e de transporte carrega a culpa da destruição ambiental, em especial na antiga zona de expansão, e do legado de termos um dos piores sistema de transporte entre as capitais. Essa é uma realidade que está sendo mudada aos poucos pela nova gestão, com isso não quero dizer que erros de percurso e de gestão não possam vir a ocorrer, mas que estes sejam devidamente apurados, investigados e sentenciados na forma da lei.
Em verdade, o vereador que aponta seu dedo e ergue sua voz para atacar a gestão de Emília ficou um tempo dormindo em berço esplêndido quando da tentativa de reeleição do sistemão e daquele que era verdadeiramente comandado e controlado por empresários. Não sei se motivado por inveja ou desalento. O vereador que tanto se orgulha de ter sido colega de parlamento e de defensoria da agora prefeita Emília Corrêa, talvez não esteja preparado para ver o desenvolver de uma nova liderança política que saiu do mesmo lugar que ele. Ela sendo protagonista de sua própria história, ele por sua vez como linha de apoio dos Valadares, Edvaldos e Mitidieris da vida. Quem nasceu para ser coadjuvante, sempre irá se incomodar com os protagonistas.
Em sua mais recente trajetória política, o vereador Elber Batalha me recorda um personagem dos grandes clássicos da literatura universal, tal como Dom Quixote acreditava que os moinhos eram dragões, Elber ergue castelos e levanta suas armas contra inimigos que ele mesmo cria, dessa forma ele acredita estar fazendo o bem para o povo de Aracaju. Mas talvez lhe falte um Sancho Pança como aliado e conselheiro, uma pessoa humilde, pobre e modesta para dizer-lhe que os moinhos não são dragões, e que Emília Corrêa é a prefeita de Aracaju até o ano de 2028, goste ele ou não disso.