Aracaju, 27 de dezembro de 2024
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Aracaju registra 732 novos casos de tuberculose nos últimos três anos e meio

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De 2018 a 2021, a capital sergipana registrou 732 novos casos de tuberculose. Apesar de a Prefeitura de Aracaju disponibilizar tratamento completo para a doença, tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) quanto no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), um dos fatores que mais dificultam o processo de cura é o abandono do tratamento pelo próprio paciente.

De acordo com o último boletim epidemiológico sobre a doença, emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de Aracaju, dos 732 casos, 235 ocorreram em 2018; 230 em 2019; 227 em 2020 e 40 no primeiro quadrimestre deste ano. Já as taxas de abandono separadas por ano foram 19,6%; 17,8%; 9,5% e 0% respectivamente.

É importante destacar que o registro zero no número de abandonos em 2021 é decorrente da data de fechamento do último boletim, que contabilizou apenas os quatro primeiros meses do ano, sendo que o tratamento completo dura, no mínimo, seis meses.

Os bairros onde os casos mais se concentraram foram “Santa Maria e Santos Dumont, os quais apresentam aumento nos anos de 2018 e 2019 com percentual de 38% e 25%, respectivamente, e evidencia uma diminuição de 19% e 25%, respectivamente, quando se comparam os anos de 2019 e 2020”, revela o estudo.

Outro índice de destaque no relatório foi a infecção por faixa etária, cujos dados globais mostram que a tuberculose ainda hoje é a causa mais importante de morbidade e mortalidade entre as doenças infecciosas no mundo.

“É responsável por um quarto das mortes evitáveis em países em desenvolvimento, com ênfase para adultos de modo geral e homens na faixa etária de 45 a 59 anos de idade. A faixa etária constitui-se em outro fator de impacto na mortalidade por tuberculose”, registra o boletim.

Já em Aracaju, ao contrário dos números globais, a faixa etária com mais registros é a de 20 a 29 anos, com 214 casos registrados desde 2018, contra 159 pacientes entre 40 e 49 anos e 93 entre 50 e 59 anos.

Tratamentos

Os sintomas causados pela tuberculose se assemelham aos do coronavírus, mas há algumas diferenças. A pessoa com tuberculose pode apresentar febre vespertina, emagrecimento, fadiga e tosse recorrente. O ideal é que a pessoa procure uma UBS para ser avaliada e testada pela equipe de profissionais da saúde.

A infecção mais comum é a tuberculose pulmonar. Nesses casos, o usuário será encaminhado para o tratamento, que consiste no acompanhamento médico, exames periódicos e uso de medicação oferecida pelo município na UBS de referência. O tratamento completo tem uma duração mínima de seis meses e, sob nenhuma hipótese, a pessoa infectada deve abandoná-lo antes do término, mesmo com a ausência dos sintomas.

O outro tipo é a tuberculose extrapulmonar, que é mais raro e acomete pessoas com baixa imunidade. Nesses casos, o tratamento pelo município é realizado no Cemar Siqueira Campos. Nesse tratamento, um pneumologista fará o acompanhamento e receitará uma medicação diferente, a depender do órgão afetado. Além disso, outra característica desse outro tipo é a duração, que pode se estender por mais de seis meses. Entretanto, a mesma orientação continua: não parar de tomar a medicação antes da alta médica sob nenhuma hipótese, nem mesmo com o desaparecimento dos sintomas.

A testagem nas UBSs é realizada em um aparelho capaz não apenas de realizar o teste rápido de detecção da doença, mas de descobrir, mesmo no início dos sintomas, a resistência do paciente à medicação. Isso possibilita que a equipe possa encaminhar o caso para o local de tratamento mais eficaz.

Foto Sérgio Silva

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