Aracaju, 23 de novembro de 2024
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Suposto desvio de combustíveis causa prejuízo de mais de R$ 1 milhão à PM/SE

Um suposto desvio de combustíveis da Polícia Militar de Sergipe pode ter causado um prejuízo de mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos

Um documento sobre um Inquérito Policial Militar (IPM) que foi datado do dia 11 de dezembro de 2017, aponta para possíveis desvios de combustíveis da frota da PM através de Cartões da Rede Vale Card.

O inquérito foi iniciado pela corregedor da Policia Militar, que conseguiu detectar fraude no abastecimento, quando segundo o IPM, o cartão era usado para debitar o valor do combustível que deveria abastecer a viatura, só que isso não acontecia e o valor do suposto abastecimento era repassado para dois PMs.

O Inquérito diz que o caso foi descoberto através de denuncia apócrifa que foi feito à Polícia Civil e que logo em seguida foi aberto um procedimento pela Corregedoria da Polícia Militar que até onde foi levantado, aponta para a fraude.

Segundo o documento com depoimento da frentista que terá seu nome preservado, já que ela alega que recebeu ameaças, ela recebia os cartões de um policial e com a ajuda de uma colega simulava os abastecimentos. Ainda segundo ela, o esquema também era realizado em outros postos.

A denunciante contou que o militar trabalhava no setor que cuida dos abastecimentos das viaturas e que entregava para ela (frentista) de cinco a dez cartões onde de posse dos nomes dos militares, senhas, prefixos de carros e quilometragem era possível fazer a simulação dos abastecimentos para em seguida devolver o dinheiro àquele autor ou mentor da fraude.

O que chamou a atenção durante o levantamento foi o fato de existir o cartão “coringa” que poderia abastecer qualquer viatura, a qualquer hora e sem limite de quantidade de litros de combustível, porém esse cartão acabou sofrendo uma mudanças, logo que teve inicio as investigações que acabaram sendo interrompidas e segundo o relatório “houve mudança do sistema informatizado em data simultânea às investigações da PC/SE; a transferência do militar indiciado e a liberação de outro militar para estudar no exterior”.

Mais além, o relatório informa que “a encarregada se focou em depoimentos de funcionários policiais militares lotados no órgão vinculada a 4ª seção do Estado Maior, órgão responsável pelos abastecimentos, principalmente com foco em viaturas informadas como suspeitas com cadastro irregular junto ao Detran”.

Consta também no relatório que “não aprofundou as provas encaminhadas pela polícia civil, nem produziu outras por conta própria. Ficou na oitiva de militares somente”.

A final a Corregedoria diz que “verificou-se que a denuncia tinha riquezas de detalhes que poderia ajudar a aprofundar as investigações, mas não se sabe porque isso acabou não ocorrendo.

O relatório diz ainda que “a senhora (que o site preservou o nome) mudou o depoimento quando chamada para depor no IPM Nº 45. Pode ter ocorrido ameaças à principal fonte de informações”.

O relatório é concluído e assinado pelo coronel que encerrou dizendo que o caso foi encaminhado a juíza militar da 6ª Vara Criminal, ao Promotor Militar, ao Secretário de Estado da Segurança Pública e a OAB. O coronel encerra escrevendo que “o comandante geral da PM/SE precisa explicar os motivos dessa intervenção em trabalho que tinha tudo para desbaratar fraudes dentro da caserna”, conclui o coronel.

Munir Darrage

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